sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Borboletas para a Unicamp


Borboletas para a Unicamp

International Paper doa coleção entomológica para acervo do Departamento de zoologia da Unicamp.


A entrega da coleção entomológica, que conta com algumas espécies ameaçadas de extinção, foi realizada no Horto Florestal da companhia, que produz papéis não revestidos e embalagens, em Mogi Guaçu (SP).

“Para nós é muito importante fazer esta doação. Desta maneira o acervo será incorporado a coleção entomológica da Unicamp, contribuindo com a pesquisa científica no Brasil. A Universidade foi escolhida por ser uma instituição de reconhecida expertise no assunto, possuindo instalações adequadas à manutenção do acervo”, disse Luis Fernando da Silva, gerente geral Florestal da International Paper.


Um acervo com mais de 2.500 borboletas, elaborado por Ferdinand Dissmann, conselheiro do Parque do Zoológico de São Paulo, a partir da década de 1920, e que havia sido doada à International Paper, no final da década de 1990, ganhou novo endereço: o Museu de Zoologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).







Outras noticias  de borboletas

Autor de 'Lolita' formulou teoria sobre evolução das borboletas. E estava certo.


Em vida, o russo Vladimir Nabokov não foi reconhecido por seu estudo dos lepidópteros. Agora, 33 anos depois de sua morte, pesquisadores comprovam hipótese sobre a evolução das Polyommatus azuis

The New York Times
Borboleta do grupo Polyommatus, estudado por Vladimir Nobokov 

Borboleta do grupo Polyommatus, estudado por Vladimir Nobokov (Frits Van Daalen/Latinstock)

Nabokov afirmou que o grupo de borboletas chamado Polyommatus azuis veio da Ásia para a América em sucessivas ondas
Vladimir Nabokov é conhecido como o autor de clássicos como Lolita e Fogo Pálido. Menos conhecida é sua carreira como especialista em borboletas. O interesse pelos insetos, cultivado desde a infância, é o objeto de um estudo publicado nesta terça-feira no jornal Proceedings of the Royal Society of London, que confirmou a teoria formulada pelo escritor para a evolução das Polyommatus azuis.
Nabokov foi curador de lepidópteros (ordem de insetos que inclui, além das borboletas, também traças e mariposas) no Museu de Zoologia Comparada na Universidade Harvard e colecionou insetos de toda as partes dos Estados Unidos. Publicou descrições detalhadas sobre centenas de espécies. Em 1945, surgiu com uma hipótese arrebatadora sobre a evolução das borboletas Polyommatus azuis.
Ele antecipou que a vinda delas da Ásia para o Novo Mundo há milhares de anos se deu em uma série de ondas. À época, poucos colegas levaram essa ideia a sério. Mas após sua morte, em 1977, sua reputação científica aumentou. E nos últimos dez anos, uma equipe de cientistas vem aplicando a tecnologia de sequenciamento genético à hipótese de dispersão e evolução das Polyommatus azuis. Segundo Naomi Pierce, de Harvard, coautora da publicação, o escritor estava absolutamente certo.

Paixão infantil — Nabokov herdou sua paixão por borboletas dos pais. Quando seu pai foi levado preso por autoridades russas por causa de seu ativismo político, o pequeno Vladimir, de oito anos de idade, levou uma borboleta de presente à sua cela. Quando adolescente, Nakobov embarcou em expedições de caça a borboletas e cuidadosamente descreveu as espécies que capturou, imitando os artigos científicos que lia nas horas vagas. Não fosse pela Revolução Russa, em 1917, que levaria sua família ao exílio dois anos depois, Nabokov dizia que poderia ter sido um especialista em borboletas em tempo integral.
Durante o exílio europeu, Nabokov visitou coleções de borboletas em diversos museus. Gastou o que ganhou com seu segundo romance, Rei, Valete, Dama, em uma expedição aos Pireneus, onde ele e a mulher, Vera, capturaram mais de cem espécies. O avanço dos nazistas levou Nabokov mais uma vez ao exílio, em 1940, desta vez nos Estados Unidos. Foi lá que Nabokov chegou ao auge de sua fama como escritor. Foi lá também que mergulhou a fundo na pesquisa sobre a ciência das borboletas. Nabokov passou boa parte da década de 1940 dissecando um confuso grupo das Polyommatus azuis. Reconheceu diferenças em suas genitálias e com isso conseguiu reclassificar as espécies.

Evolução — No final de 1945, numa publicação sobre o grupo, Nabokov passou a discutir sua evolução. Alguns pesquisadores pensavam que novas espécies teriam surgido na Amazônia sob influência da barreira geográfica imposta pelos Andes. Mas o escritor acreditava que elas haviam se originado na Ásia, atravessado o estreito de Bering e viajado até o sul rumo ao Chile.
No artigo, Nabokov fazia um convite aos leitores para que imaginassem “um taxonomista moderno viajando numa máquina do tempo de H. G. Wells”. Voltando milhares de anos no tempo, ele iria parar numa época onde existiam apenas os tipos asiáticos das borboletas. Depois, o taxonomista veria ondas de borboletas chegando ao Novo Mundo. Nabokov admitiu que imaginar as borboletas fazendo uma viagem da Sibéria ao Alasca e depois até a América do Sul soaria muito artificial. Mas fazia mais sentido para ele do que criar uma ponte que atravessasse o Pacífico.
Quando Nabokov virou uma estrela depois de Lolita, em 1958, jornalistas ficaram encantados em descobrir sua vida oculta como especialista em borboletas. Apesar de ter sido o mais conhecido especialista em borboletas de sua época e curador do museu em Harvard, outros estudiosos consideravam Nabokov um pesquisador sem muita importância, embora empenhado. Ele poderia detalhar muito bem, mas não produzia ideias cientificamente importantes, diziam.

Reconhecimento — Somente na década de 1990 uma equipe de cientistas revisou sistematicamente seu trabalho e reconheceu a força de suas classificações. Naomi, que virou curadora de lepidópteros em Harvard, em 1990, passou a olhar mais de perto o trabalho de Nabokov enquanto preparava uma exposição para comemorar seu aniversário de 100 anos, em 1999. Foi tomada por sua ideia de borboletas vindo em ondas da Ásia. “Foi uma hipótese fantástica, audaciosa”, conta. “Pensei, ‘nós poderíamos testar isso’”.
Para fazê-lo, ela precisaria reconstruir a árvore genealógica do grupo e estimar quando o galho foi separado dos demais. Naomi precisaria do DNA delas, que forneceria mais detalhes sobre sua evolução. Trabalhando com outros cientistas americanos e europeus, ela organizou quatro expedições separadas aos Andes em busca das azuis.
De volta ao laboratório, fizeram o sequenciamento genético das borboletas e usaram um computador para calcular as relações mais prováveis entre elas. Compararam o número de mutações que cada espécie teria de adquirir para determinar há quanto tempo elas divergiram umas das outras. Se as Polyommatus azuis tivessem evoluído nos Andes, elas teriam uma relação de parentesco mais próxima das demais borboletas da região. Mas não foi isso que Naomi descobriu. Ao contrário, constatou que muitas espécies do Novo Mundo estavam mais relacionadas às do Velho Mundo do que às próprias vizinhas. Naomi e os colegas concluíram que cinco ondas de borboletas vieram da Ásia para o Novo Mundo – assim como Nabokov havia especulado. “Ele acertou tudo”, disse Naomi. “Eu não conseguia acreditar – fiquei impressionada”. 
Ela e os colegas também investigaram a ideia de Nabokov de que as borboletas teriam vindo pelo estreito de Bering. Naomi e os colegas descobriram que a primeira linhagem de Polyommatus azuis poderia sobreviver a uma média de temperatura semelhante ao clima de Bering há 10 milhões de anos. As linhagens que vieram depois são mais resistentes, cada uma delas combinando sua resistência com as mudanças de temperaturas na região. Naomi acredita que Nabokov ficaria extremamente satisfeito em saber que sua teoria foi comprovada. “Durante todo o tempo ele sabia que seu trabalho tinha caráter científico e que ele era apenas mais um a fazer parte de uma empreitada muito maior”, conta. “Ele não ficou conhecido como cientista, mas isso certamente indica que sabia do que estava falando.”



Bom final de semana.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tragédia no sauveiro. Parte II



Como prometido, segue atual situação do sauveiro artificial, ou melhor, oque sobrou dele após os estragos causados pelas chuvas.
A reforma da sala segue a todo vapor.
Estarei torcendo para que o mais breve possível esteja postando fotos do novo, reformado e limpo recinto das saúvas.

Our Department, ENTOMOLOGY, had a great loss, since the room where it was installed our (also commonly found ARTIFICIAL) was the most affected as the rainwater seeped quickly through the walls and ceiling hampering the proper functioning of equipment which resulted in a high percentage moisture, allowing most of the colony could flee.

http://borboletasbr.blogspot.com/search/label/FORMIGUEIRO%20SAUVEIRO%20SAUVAS

Abraços.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um pouco sobre Dryas iulia

Dryas iulia


Nome: Dryas iulia
Família: Nymphalidae
Sub-Família: Heliconinae
Nome comum:
Planta hospedeira: Passiflora mucronata
Nome comum: Maracuja silvestre.


Dryas iulia (also spelled iulia), comm only called the Iulia butterfly or Iulia Heliconian, is a species of butterfly (an insect). The sole representative of its genus, the Julia is native from Brazil to southern Texas and Florida, and in summer can sometimes be found as far north as eastern Nebraska. Over 15 subspecies have been described.

Its wingspan ranges from 82 to 92 mm, and it is colored orange (brighter in male specimens) with black markings; this species is somewhat unpalatable to birds and belongs to the "orange" Batesian mimic complex (Pinheiro 1996).

It feeds on the nectar of flowers including lantana and shepherd's needle (Scandix pecten-veneris), and its caterpillars form hosts in passion vines including Passiflora affinis and Passiflora lutea (the yellow passionvine) in Texas. The Iulia is a fast flier and frequents clearings, paths, and margins of forests and woodlands.

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.



Eggs / ovos


caterpillar / lagarta



pupa


imago /adulto


Dryas iulia (Fabricius, 1775) distribui-se do sul dos Estados Unidos ao norte do Uruguai e Argentina (EMSLEY, 1963; DE VRIES, 1987). Doze subespécies são reconhecidas por EMSLEY (1963), as quais diferem pela coloração de fundo nas asas, intensidade e extensão das manchas negras correspondentes e distribuição das androcônias nas asas anteriores dos machos. Segundo BROWN (1992) e BROWN & YEPEZ (1984), as populações continentais sul-americanas correspondem predominantemente a Dryas iulia alcionea (Cramer, 1779). Esta subespécie é encontrada nos mais variados hábitats, predominantemente naqueles perturbados. Embora suas larvas utilizem diversas passifloráceas como plantas hospedeiras, são encontradas preponderantemente sobre aquelas do subgênero Plectostemma Masters (BROWN & MIELKE, 1972; BENSON et al., 1976; PÉRICO & ARAÚJO, 1991; BROWN, 1992).
BEEBE et al. (1960) ilustraram o ovo, a larva e a pupa de D. iulia, entre outras espécies de heliconíneos. FLEMING (1960) caracterizou a larva de primeiro instar quanto à morfologia genérica e quetotaxia. Tais trabalhos foram realizados em Trinidad e referem-se a Dryas iulia iulia (Fabricius, 1775) (EMSLEY, 1963). A utilização de caracteres morfológicos ultra-estruturais tem grande significado na compreensão da filogenia deste grupo, principalmente quando unidos a estudos com base na biologia molecular (LEE et al., 1992; BROWER & EGAN, 1997; PENZ, 1999). No entanto, a morfologia ultra-estrutural da maioria das espécies de heliconíneos não foi ainda abordada. O objetivo é descrever e ilustrar a ultra-estrutura dos estágios imaturos de D. iulia alcionea, bem como a quetotaxia da larva e identificar morfometricamente os respectivos ínstares.



 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Parceria entre borboletas e formigas

Parceria entre borboletas e formigas

As primeiras liberam açúcar enquanto as lagartas são protegidas


O biólogo Lucas Kaminski, foi um dos grandes colaboradores que fizeram muito  para o sucesso do nosso livro de borboletas.

Abraços amigo Lucas.

Segue texto publicado no EPTV.com-noticias, em 21/01/2011 - 10:10
 

O velho ditado de “uma mão lava a outra” parece ser bastante apropriado para a faceta apresentada por duas famílias de borboletas (Lycaenidae e Riodinidae) e as formigas do Cerrado, conhecidamente agressivas com intrusos em seu território.  
Mas aqui, desta vez, a parceria descoberta entre elas pelo biólogo Lucas Kaminski, em sua pesquisa de doutorado na Unicamp, provou que as borboletas possuem glândulas que produzem uma substância doce, das quais as formigas se beneficiam. Quase que instintivamente, o trato está feito.  

Sabe-se que as formigas são tão abundantes no planeta que interferem na vida de praticamente todos os animais e plantas. E apesar de atuarem como predadoras e acarretarem efeito negativo na comunidade dos insetos herbívoros, no caso dessas borboletas, não. O açúcar produzido por elas é o componente de sedução para mantê-las vivas.
Em outras palavras, numa relação mútua, quando essas borboletas têm suas “filhas” (as lagartas), elas são protegidas contra os ataques de outros inimigos naturais e podem se alimentar das plantas ocupadas pelas formigas sem correr risco de serem atacadas.

“Ninguém chega perto para fazer mal às larvas, pois as formigas são agressivas e agem como guarda-costas das lagartas”, explica Paulo Oliveira, coorientador da pesquisa e especialista em ecologia comportamental de insetos.
Em resumo, as borboletas, que geralmente não têm como lutar contra outros herbívoros, no caso dessas famílias, têm nas formigas as guardiãs das larvas.
A tese de doutorado está inserida dentro de uma linha de pesquisa consolidada na Unicamp, que aborda a interface da interação entre plantas, formigas e herbívoros no Cerrado, coordenado por Oliveira.

Parabéns amigo  Lucas Kaminski



sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tragédia no nosso sauveiro artificial..

Chuva coloca em risco a sala do  nosso sauveiro artificial.

Piracicaba, quinta feira, 20 de janeiro de 2011.

As chuvas que atingem a região de Piracicaba (160 km de São Paulo) desde o início da semana causam transtornos à população e provocaram a elevação do nível do principal rio da cidade.


O rio Piracicaba chegou ficar com três metros acima do seu nível normal e nove bairros foram atingidos pelas enchentes. A cheia do rio alagou a Rua do Porto, tradicional ponto turístico da cidade.

Segundo a prefeitura, além da cheia do rio Piracicaba, que corta toda a cidade, a chuva afetou também o rio Corumbataí. Os bairros mais atingidos foram o Algodoal e Vila Rios. Dezenas de pontos de alagamentos provocaram a interdição de ruas e pontes, desvio do tráfego de veículos e alteração de rotas de linhas do transporte coletivo.

Não diferente deste quadro, a nossa ESALQ passou por vários problemas sérios decorrentes de queda de arvores, que danificaram fiações elétricas e em  alguns casos prejudicando o abastecimento de água.

Nosso Departamento, ENTOMOLOGIA, teve uma grande perda, pois a sala onde estava instalado o nosso (SAUVEIRO ARTIFICIAL) foi a mais afetada, pois a  água da chuva infiltrou rapidamente pelas paredes e teto prejudicando o bom funcionamento de aparelhos que provocaram uma alta na porcentagem de umidade, permitindo que grande parte da colônia pudesse fugir.

As paredes laterais verticais da arena do sauveiro são de vidro de 2 milímetros e nelas é aplicado Fluon, contudo,  para que este produto funcione corretamente, a sala deve estar controlada em no máximo  60% de umidade.

Fluon: Um pigmento inerte orgânico branco, antiaderente que aumenta a capacidade deslizante da superfície, impedindo que os indivíduos subam e acabem saindo da área delimitada.

Registramos fotos do atual estado da sala do sauveiro, mesmo sabendo que já foi aprovada a restauração e que não se trata de  um serviço tão caro comparando com que o profissional precisa fazer para deixar a sala bonita de novo.

A boa noticia é que não perdemos o ninho, mesmo ele estando (amuado) e com mais de 10 centímetros submerso,  observei que a Rainha estava viva e lutando por sua colônia, coube a mim tentar dar o mínimo de suporte ao ninho de forma que pelo tempo que demorar a reforma  eu possa manter viva e ativa toda a colônia.


Segue algumas fotos.


Tenda de filme plástico,


protegendo das goteiras do teto.


Goteiras prejudicando as luminárias.


Aparecimento de rachaduras.


Todo o teto ganha rachaduras.


Quadros sendo danificados.


Quadros de fotos perdidas com a água.


Parte do teto desmoronou.


Cai sobre a arena e no chão.


Excesso de humidade provoca fuga das formigas.


Elas se espalham pela sala.


Pelas paredes


Chegam ao piso e se espalham pelos corredores.


Na arena, parte do teto sobre as cubas de vidro.


Tampas quebradas e pedaços do teto no fungo da sauva.


Outra parte do teto desabou.


Agora temos dois buracos no reboco do teto.


Toda a área da arena tomada por 6 cm. de água na base.


A segunda parte desabada causa mais estragos que a primeira.


Tampa quebrada com pedaço do teto dentro do fungo.


Vista parcial das perdas.


De alguma forma as sauvas ainda tentavam limpar a área afetada


Parte do teto que foi descartado.

Estarei torcendo para que o mais breve possível esteja postando fotos do novo, reformado e limpo recinto das saúvas.

Abrassos.
João.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Abertas vagas para estágio voluntário no Borboletário de Osasco

BORBOLETARIO DE OSASCO




Prezados,
estão abertas vagas para estágio voluntário no Borboletário de Osasco. Lembro que haverá inscrição para o estágio remunerado CIEE (valor de 800 reais por mês aproximadamente) no final de fevereiro e começo de março.
O voluntariado é um requisito importante na seleção do estágio CIEE.
Por favor, divulguem.
Abraços Alados
Paulina Arce - 11 3599-3516
Equipe Borboletário de Osasco
Secretaria de Meio Ambiente
Prefeitura de Osasco
 
 


Alerta recebido na sexta-feira, 14 de janeiro de 2011 17:10.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

SOBRE AS ENCHENTES

Prezados Colegas,

Feliz ano novo! de novo.

Segue um texto encaminhado pelo prof. Marcos Sorrentino e escrito pela economista Miriam Leitão, caso tenham tempo de ler, vale à pena.

um abraço e até breve,
João A.C.



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Precisamos voltar a carga em nossos protestos relacionados a Belo Monte e
ao Código Florestal. Neste momento de tragédia, não é possível que os
arautos do desenvolvimento (IN)sustentável, não tenham inteligência para
compreender que não dá para abrandar o Código e muito menos para fazer o
papel de ministra vendida do meio ambiente, dizendo sim a todas as
demandas desenvolvimentistas que querem aprovar Belo Monte, Nucleares e
muito mais, tratorando os técnicos que desejam fazer análises sérias sobre
os impactos ambientais desses empreendimentos.
Que a morte e o sofrimento de todo esse povo atingido pelas enchentes e
deslizamentos de morros não seja em vão!

Marcos.

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Miriam Leitão

O GLOBO - 13.01.2011

Questão de tempo

Chuvas despencam em volume espantoso sobre áreas do Sudeste, fazendo mais
de duas centenas de mortos só na Região Serrana do Rio. Na Austrália,
vive-se a maior enxurrada em 120 anos. O Ibama passa por mais uma crise -
a terceira - provocada pela exigência de licenciamento da hidrelétrica de
Belo Monte. Assuntos separados? Não, partes da mesma insensatez.

Os cientistas estão avisando há tempos que os fenômenos naturais, que
sempre estiveram conosco, como tempestades e secas, vão acontecer com mais
frequência e com mais intensidade. No ano passado, o caudaloso, abundante
e aparentemente infinito Rio Negro, na Amazônia, enfrentou uma seca que o
transfigurou. As imagens que chegavam de seu leito seco em algumas áreas
eram inacreditáveis para quem já o viu na cheia. Como outros rios
amazônicos, ele tem oscilações fortes de volume de água, mas o extremo a
que chegou na seca do ano passado foi impressionante. Anos atrás, uma seca
na Amazônia exibiu o solo da região mais úmida do Brasil rachada como se
fosse o Nordeste. É nessa região que o governo pretende construir a
maioria das 61 novas usinas hidrelétricas, que, segundo matéria publicada
no GLOBO, vão provocar o desmatamento de 5.300 km de florestas só nas
áreas dos reservatórios e das linhas de transmissão. Uma dessas usinas é a
mais emblemática e mais polêmica: a hidrelétrica de Belo Monte. Ontem, o
presidente do Ibama, Abelardo Bayma, pediu demissão alegando motivos
pessoais, mas a informação do Blog Político da "Época" é que ele saiu por
discordar da licença de Belo Monte. Já houve outros episódios de
desabamento no Ibama por causa da mesma hidrelétrica.

As cidades brasileiras não estão preparadas para o momento atual, o que
dirá do futuro que os climatologistas prenunciam e alertam. A arquiteta e
urbanista da Unicamp Andrea Ferraz Young me disse ontem que tudo foi feito
errado no passado na ocupação do espaço urbano:

- Nunca foi considerado o funcionamento do sistema de margens dos rios e
das várzeas, a vegetação foi suprimida sem planejamento. Toda a lógica das
bacias e microbacias foi ignorada. As margens dos rios que deveriam ter
matas ciliares foram cimentadas e concretadas. Os rios que serpenteavam
foram transformados em canais retos. As galerias foram mal dimensionadas.
O lixo obstrui tudo. Aí, quando vem a chuva, o solo não consegue absorver
a água, e aumenta o volume que cai nos canais, que eram rios. Por não ter
obstáculos, a água corre com mais velocidade e se transforma em enxurrada.

Ela acha que diante do aviso dos climatologistas de maior intensidade dos
eventos extremos, é preciso repensar seriamente o espaço urbano. Uma das
ideias mais óbvias e de mais difícil execução é a remoção de quem mora em
área de risco:

- É preciso criar dentro das cidades áreas verdes para que o solo possa
absorver a água, reduzindo o impacto da chuva, e, nas secas, elevar a
umidade dos centros urbanos.

Tudo parece simples e é adiado. Só que o país corre contra o tempo. A
Austrália parece um espelho avançado dos riscos que corremos com as
mudanças climáticas. Teve quatro anos de secas extremas, consideradas as
piores da história do país. Agora tem uma enchente que provocou em algumas
áreas fenômenos chamados de "tsunami interno". Brisbane, a terceira maior
cidade do país, ficou submersa. O prejuízo já se conta em bilhões de
dólares e o governo alerta que a população se prepare para o pior.

É neste contexto global de mudança do regime hidrológico que se pensa em
construir às pressas e a manu militari hidrelétricas na nossa parte da
maior floresta tropical do planeta. Belo Monte para ser construída terá
que acabar com o que é hoje chamado de a Grande Volta do rio Xingu. Vai
remover mais terra do que o necessário para fazer o Canal do Panamá. Terá
uma instabilidade já prevista de geração de energia. A capacidade
instalada será de 11 mil megawatts, na média pode ser de 4.000, se tanto.
Mas pode-se chegar a apenas mil megawatts em alguns períodos do ano. Não
estão bem dimensionados os custos fiscais, o governo estatizou o risco
econômico através das empresas, do financiamento e dos fundos de pensão.
Já os riscos ambientais não podem ser devidamente avaliados porque cada
vez que o Ibama tenta fazer isso rolam cabeças. Foi assim que aconteceu em
dezembro de 2009 com o então diretor de licenciamento Sebastião Custódio
Pires e com o coordenador de infraestrutura e energia Leonildo Tabaja.
Logo depois, em janeiro de 2010, o Ibama foi chamado à Casa Civil e
enquadrado. Que o licenciamento saísse. Publiquei aqui neste espaço no dia
17 de abril, na coluna "Ossos do Ofício", a reprodução dos documentos em
que o Ibama foi simplesmente atropelado para dar a licença prévia. Agora
querem a licença de instalação da mesma forma. A construção de Belo Monte
enfrenta oito ações do Ministério Público.

Que país é este, que mesmo diante dos alertas da Natureza de que todos os
riscos ambientais precisam ser bem avaliados porque o clima está mudando
de forma acelerada, acha que se deve soterrar as dúvidas com uma barragem
de autoritarismo? Que país é este, que acha que pode continuar ocupando o
espaço urbano sem planejamento, não corrigir os erros do passado e
contratar a repetição de tragédias? Ontem, o Bom Dia Brasil mostrou que
moradores estão voltando a morar no Morro do Bumba, em Niterói, que
desabou porque era uma favela feita sobre um lixão. Que país canta "Às
margens do Ipiranga", mas soterra o Ipiranga sobre concreto, como fez com
inúmeros outros rios, córregos, riachos? Se você mora em tal país, está na
hora de exigir que ele comece a mudar. É uma questão de tempo.

Pensem nisso...



quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Borboletário terá monitorias abertas ao público

Borboletário Tropical Conservacionista Laerte Brittes de Oliveira

 - Inaugurado em 2005, o espaço se trata do primeiro borboletário da região metropolitana de São Paulo. O objetivo do borboletário é a preservação de espécies típicas da Mata das espécies Atlântica.
No interior do borboletário existem cerca de trinta espécies de plantas que servem para o depósito de ovos, abrigo e também de alimento para as borboletas.

A partir desta terça-feira, as visitas ao Jardim Botânico de Diadema passam ser monitoradas. O passeio para grupos de no máximo 30 pessoas inclui no roteiro o Borboletário Tropical Conservacionista, trilhas em meio à mata nativa, lago com carpas e tartarugas e Centro de Referência Ambiental de Diadema. Até o final do mês de janeiro as visitas serão de terça a sexta, às 10h e 14h. Não é necessário agendar e recomenda-se chegar cerca de 10 minutos antes da monitoria.
O Jardim Botânico possui uma área de vegetação em estágio inicial de regeneração e trechos de mata nativa. O local também possui um viveiro para o cultivo de cerca de 200 espécies de plantas para paisagismo. O local é utilizado nas atividades de educação ambiental para escolas do município e região. Maiores informações podem ser obtidas pelos telefones: 4059-7600 ou 4059-7614.


Borboletas geram renda de até R$ 350

Além da beleza, as espécies do Borboletário de Diadema podem começar a gerar renda para famílias da cidade. A ideia é baseada em projeto social criado em Mato Grosso, que vem tendo sucesso no Estado e beneficia 25 famílias responsáveis por cuidar dos ovos coletados no Borboletário local até que se transformem em lagartas e crisálidas.

No fim deste mês, equipe do Borboletário Tropical Conservacionista Laerte Brittes de Oliveira, que fica dentro no Jardim Botânico no Jardim Inamar, em Diadema, irá até Mato Grosso para visitar o Sesc Pantanal, instituição que fornece as espécies para a cidade. Além de adquirir 50 pupas (estado em que a lagarta hiberna para se transformar em borboleta, também conhecido como crisálida) de duas espécies diferentes das que são criadas hoje, o grupo vai conhecer a parceria mantida com a Associação de Criadores de Borboletas de Poconé (ACBP), cidade a 102 km de Cuiabá

De acordo com a presidente da associação, Leonita Mendes, a renda obtida com o trabalho é quase tão satisfatória quanto o prazer de ajudar o meio ambiente. “Recebo R$ 350 por mês só com as borboletas.

Já soltei quase 5 mil delas no Pantanal e fico muito feliz de vê-las de volta a meu jardim”, comentou.

“As famílias cadastradas passaram por intenso treinamento, dado pela equipe do Sesc. Pagamos por crisálida que vira borboleta, e são elas hoje quem fazem todo o manejo”, informou José Alberto Guimarães, da Assessoria Técnica de Planejamento do Sesc Pantanal, ao afirmar que esse processo dura entre 60 e 90 dias.

Atualmente, o Borboletário de Diadema tem autorização para criar seis tipos de borboleta: a Dryas iulia, a Heliconius erato, a Parides oscanius; a Heraclides thoas, a Caligo ellioneus e a Asciabuniae. Hoje o espaço abriga cerca de 500 espécimes da Asciabuniae e apenas uma da Caligo, comumente conhecida como Olho de Coruja. “Vamos buscar espécies mais coloridas, como a Dryas e a Heliconius, pois hoje todas que estão aqui são brancas”, informou a Luzia. “Como o ciclo de desenvolvimento dura cerca de 60 dias, no auge do verão já estarão por aqui, dando seu show”, completou a diretora.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PUBLICADO NO CORREIO POPULAR DE CAMPINAS NESTE DOMINGO

Livro reúne 44 espécies
de borboletas.


Uma década de trabalho no campo revela detalhes de 44 espécies encontradas no Sul e Sudeste do Brasil
09/01/2011 - 12h35 . Atualizada em 09/01/2011 - 16h00

Rogério Verzignasse
Agência Anhangüera de Notícias | fale com o repórter





 O trabalho no campo durou uma década. Mas a dupla foi perseverante. O técnico agrícola João Ângelo Cerignoni e o professor de agronomia Evoneo Berti Filho, pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, tiveram a ideia de publicar um livro sobre as espécies de borboleta comuns nas regiões Sudeste e Sul.
Eles descobriram que eram raras as pesquisas sobre o tema. A bibliografia disponível se preocupa basicamente em identificar espécies prejudiciais
às culturas agrícolas, aos produtores rurais. Pouco se sabia, por exemplo, sobre os hábitos das borboletas comuns, presentes em jardins e bosques. E sobre aquelas que, resistentes à degradação ambiental, espalham cores e delicadeza pelos ambientes cinzentos da cidade grande. Com as espécies classificadas e cadastradas, a dupla pretende orientar a formação de borboletários por todo o Interior. 

Mas os dois pesquisadores, do Departamento de Entomologia da Esalq, não podiam imaginar as dificuldades que viriam pela frente. O sonhado borboletário do campus ainda não foi inaugurado. As estufas instaladas ao longo da década, pensadas para a produção em cativeiro das espécies, sempre dependeram das verbas que pingam e dos procedimentos burocráticos comuns às instituições públicas de ensino. Hoje, as estufas permanecem “loteadas” entre as faculdades de agronomia, biologia e engenharia florestal, que exploram o espaço para aulas práticas.
O viveiro específico das borboletas, em um terreno de seis metros por 12, até recebeu recursos para ser inaugurado. Foram investidos quase R$ 3 mil na instalação da tela de sombreamento, sapatas e estrutura de cabos galvanizados. Mas ainda falta o cultivo de plantas do projeto de ajardinamento. Não há borboletas voando por lá. “Talvez tenha no ano que vem”, diz Cerignoni, de 47 anos, que há 23 trabalha no laboratório.
A criação em cativeiro depende de um canto improvisado em uma das estufas emprestadas. Lá, Berti Filho e Cerignoni espalham plantas hospedeiras, para a postura de ovos e a alimentação das lagartas. Voam por ali dois casais das charmosas capitães-do-mato. Azuis, lindas, passam em voos rasantes sobre a cabeça de quem caminha por ali.

LEIA MAIS NA EDIÇÃO IMPRESSA DO CORREIO POPULAR DE CAMPINAS SÃO PAULO, DESTE DOMINGO (09/01)


Pesquisadores João Ângelo Cerignoni e Evoneo Berti Filho .
Fotos: Dominique Torquato / AAN

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

De olho no tempo ...

Maior enchente em 10 anos castiga Piracicaba (SP)


O Rio Piracicaba começou a transbordar no início da noite de terça (29) e até agora já subiu mais que o dobro do normal, chegando a 5,7 metros e causando a pior cheia dos últimos 10 anos. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros de Piracicaba, a CPFL, que fica em Americana, teve que abrir as comportas do Rio Atibaia e por isso a vazão aumentou, embora a Defesa Civil garanta que esse não tenha sido o principal motivo das cheias. Até às 19h dessa quarta, cinco pontos de alagamento eram registrados, incluindo a badalada Rua Porto. O rio Corumbataí, afluente do Piracicaba, também está acima da capacidade, piorando ainda mais a situação. Famílias já deixam suas casas com medo das enchentes. A prefeitura retirou moradores de sete residências ameaçadas. O Piracicaba transbordou também em Santa Bárbara D'Oeste, desabrigando quatro famílias do bairro Cruzeiro do Sul. Os móveis das casas foram levados para uma escola. A Defesa Civil está ajudando as pessoas que precisam mover bens por medo de alagamentos. Para receber o auxílio basta ligar para o telefone 153. A chuva também tem causado problemas em outras regiões do Estado e no Sul de Minas Gerais.
 
(Fonte: De olho no tempo, com informações EPTV)
 
Segue algumas fotos...
 















Piracicaba mobiliza força-tarefa para enfrentar enchentes.

Para reforçar o atendimento à população e também garantir a fluidez do trânsito, a Prefeitura de Piracicaba, por meio da Defesa Civil e suas secretarias municipais, colocou em prática a mobilização de sua “força-tarefa” para enfrentar a enchente, principalmente na rua do Porto, Vila Rios (IAA), Pau D`Alhinho e outros pontos alagados.
Desde a forte chuva da noite do último dia (5), a Defesa Civil incrementou o seu trabalho, com homens, veículos e máquinas, atendendo moradores de áreas de risco. O mesmo aconteceu com os agentes de trânsito, porque parte da avenida Dr. Paulo de Moraes foi interditada próximo ao rio. Isso impede a passagem de veículos pelas pontes do Morato, nos dois sentidos.
A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Semuttran) também enfrentou problemas com atraso de ônibus urbano. Os bairros mais prejudicados foram do Jupiá, Pau D´Alhinho e Bongue. As linhas de ônibus destes bairros estão indo pela Estrada da Nova Suissa, Estrada do Pau D’Alhinho, chegando ao Jupiá. O motivo é que o principal acesso ao Jupiá está interditado. As águas cobrem toda a Estrada do Bongue.