quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Rainha e Monarca


Borboleta-Monarca e Rainha.

As borboletas-monarcas (Danaus plexippus) são nativas das Américas do Norte e do Sul. No século XVII, entretanto, espalharam-se para outras partes do mundo. As monarcas foram vistas primeiramente no Havaí por volta de 1840 e posteriormente em várias ilhas do Pacífico Sul entre 1850 e 1860 (Ackery e Vane-Wright, 1984). No início da década de 1870, as primeiras monarcas foram reportadas na Austrália e Nova Zelândia (Gibbs, 1994). Não está claro exatamente como e por que a emigração ocorreu. Uma possibilidade seria o transporte das monarcas em navios, tanto como larvas levadas a bordo com as asclépias do estaleiro ou como monarcas adultas que pousaram nos navios que fariam viagens oceânicas. É muito provável o envolvimento de humanos no processo, porém não se sabe até que ponto. Pelo fato de as monarcas da América do Norte geralmente conseguirem voar mais de 2.200 Km durante a migração, é possível que algumas tenham percorrido a jornada sozinhas (Vane-Wright, 1993).

No hemisfério ocidental, existem duas subespécies da borboleta-monarca: a  Danaus plexippus plexippus presente no sul do Canadá, Estados Unidos, México e na maioria das Ilhas do Caribe, América Central e norte da América do Sul, e a  Danaus plexippus erippus ocorrendo no Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e leste do Brasil. Nenhuma subespécie foi registrada na região noroeste do Brasil, onde também podemos encontrar a (Borboleta Rainha), 


                                     Danaus gilippus (com faixas brancas)




                                                      Lagartas da borboleta Danaus, Gilippus, (Rainha).





Monarcas e Asclépias. As asclépias fornecem às monarcas uma defesa química eficaz contra vários predadores. As monarcas extraem os cardenolídeos (tambémdenominados glicosídeos cardiotônicos) presentes nas asclépias (Brower e Moffit, 1974), tornando-se venenosas à maioria dos vertebrados. Entretanto, muitos predadores invertebrados, bem como algumas bactérias e vírus, não se contaminam com as toxinas ou são capazes de neutralizá-las. Não se entende completamente até que ponto as asclépias protegem as monarcas dos predadores invertebrados, embora uma descoberta recente, a qual constatou que as vespas têm menor propensão a atacar as monarcas que se alimentam de asclépias e apresentam altos níveis de cardenolídeos, sugira que esta defesa é pelo menos de certa forma eficaz contra predadores invertebrados (Rayor, 2004).
Os benefícios que as monarcas recebem dos cardenolídeos não são gratuitos. A concentração de cardenolídeos nas asclépias varia significativamente de uma espécie para outra, e mesmo dentro da mesma espécie. Além disso, a toxina e o látex viscoso produzidos pelas plantas fornecem defesas contra herbívoros. As monarcas parecem ser afetadas negativamente pelo consumo de plantas com elevados teores de cardenolídeos e, de fato, podem morrer de inanição quando a mandíbula fica colada pelo látex ou o corpo atolado numa gota de látex formada quando a planta sofre algum dano (Zalucki e Brower, 1992; Malcolm e Zalucki, 1996; Zalucki e Malcolm, 1999; Zalucki et al., 2001). As larvas maiores reduzem este risco quando mastigam e cortam a base do veio central da folha da asclépia, interrompendo o fluxo de látex viscoso para o restante da folha, permitindo, portanto, uma alimentação mais eficaz.

Da mesma maneira que outras plantas, ocorre uma variação na capacidade de a asclépia atuar como hospedeiro para insetos. Muitos insetos sofrem uma restrição de nitrogênio (McNeil e Southwood, 1978; Mattson, 1980, Scriber, 1984, Slansky e Scriber, 1985, White, 1993). 


                                           Asclepias curassavica - Oficial de sala

  Asclepias curassavica - Oficial de sala


Asclepias physocarpa (E.Mey.) sinónimo taxonómico Gomphocarpus physocarpus

Flores de Asclepias physocarpa.


Eles precisam consumir grandes quantidades das plantas hospedeiras para acumular nitrogênio suficiente para o crescimento e desenvolvimento, uma vez que o tecido do animal geralmente é composto de 7 a 14% de nitrogênio por peso seco (PS) e as plantas contêm de 0,03 a 7,0% de nitrogênio PS (Mattson, 1980). Os níveis de nitrogênio na folha variam de uma estação para outra, à medida que o tecido da planta envelhece e conforme as plantas alocam mais recursos para o tecido reprodutivo. Além disso, as plantas crescem em habitats com diferentes níveis de nitrogênio disponíveis no solo. Lavoie e Oberhauser (2004) estudaram a reação das larvas da monarca às plantas manipuladas por tratamentos com fertilizantes, contendo variáveis níveis de nitrogênio na folha, e constataram que elas compensavam o baixo teor de nitrogênio nas folhas ao consumir uma quantidade maior de tecido da planta por dia. Se o maior consumo as torna mais vulneráveis à predação ou às defesas da planta, isso poderia resultar em menores níveis de saúde.


A planta hospedeira mais importante do norte é a Asclepias syriaca (asclépia-comum), mas várias outras espécies também são utilizadas, inclusive a A. incarnata(asclépia-do-brejo) e a A. tuberosa (asclépia-das-borboletas ). As plantas hospedeiras das Planícies Centrais incluem a trepadeira Cynanchum laeve(trepadeira-da-areia). Uma planta invasiva da região nordeste do mesmo gênero (C. nigrum) espalhou-se em direção oeste até Wisconsin. Esta espécie atrai as fêmeas que põem ovos, embora as larvas da monarca não sobrevivam na mesma (Haribal, 1998). No sul, as plantas hospedeiras mais importantes são provavelmente a Asclepias oenotheroides (asclépia zizotes), a A. viridis (asclépia-aranha) e a A. asperula (asclépia-chifre-de-antílope), todas bastante comuns em todo o Texas e em outros estados do sul dos Estados Unidos.

Ler mais em:


terça-feira, 10 de outubro de 2017

Biologia de Echetlus evoneobertii sp.n. Zompro (Phasmatodea: Phasmatidae: Platycraninae) em eucalyptus urophylla S.T.Blake e Psidium guajava L. (Myrtaceae)

Não estarei falando sobre borboletas e sim de uma espécie de Bicho-pau que acredita se ser o primeiro registro de um inseto da ordem Phasmatodea: Phasmatidae causando danos em uma cultura.
.






É uma espécie de bicho-pau detectado em 1985, como primeira ocorrência  em plantios de Eucalyptus urophylla no estado de São Paulo e descrito somente em 2001.

Apesar da ordem ser composta por insetos fitófagos, poucos estudos são realizados, uma vez que não se multiplicam com rapidez e não são encontrados com facilidade em áreas cultivadas. Com tudo algumas espécies são consideradas pragas de importância florestal, como a espécie Eclethus evoneobertii.


Devido a poucas informações, tentei reunir aqui link´s de publicações da espécie Candovia (Echetlus) evoneobertii. 



female: head and thorax, lateral view (paratype)
Source: Paul Brock's photos, copyright ANIC, Canberra


female: end of abdomen, lateral view (paratype)
Source: Paul Brock's photos, copyright ANIC, Canberra


female: end of abdomen, dorsal view (paratype)
Source: Paul Brock's photos, copyright ANIC, Canberra


female (paratype)
Source: Paul Brock's photos, copyright ANIC, Canberra

Distribuição para espécies Candovia evoneobertii (Zompro & Adis, 2001)
Tons azuis localizam locais de ocorrência e distribuição.



Indivíduos de cores diferentes



A forma verde se apresenta com mais frequência.



Indivíduo verde e o escuro ao fundo



Indivíduo escuro.





Tese apresentada:






Aqui está um artigo interessante:


Biologia de Echetlus evoneobertii sp. n. Zompro (Phasmatodea : Phasmatidae: Platycraninae) em Eucalyptus urophylla S.T.Blake e Psidium guajava L. (Myrtaceae) (2001)


Sobre Candovia (Echetlus) evoneobertii.




Uma nova espécie de Phasmatodea, Echetlus evoneobertii ZOMPRO & ADIS n. sp., é descrito no sul do Brasil, onde é provável que tenha sido introduzido. Esta espécie é destrutiva para Eucalyptus urophylla S. T. BLAKE (Myrtaceae) que foi importado da Austrália. Ernodes sumatranus REDTENBACHER, 1908.






Direitos autorais e créditos nos link´s a cima.
Nosso único proposito é divulgar informações.