segunda-feira, 25 de junho de 2018

Como montar um borboletario?

O que é um Borboletário?

Os borboletários são um tipo de zoológico exclusivo para a criação de diversas espécies de borboletas e suas fases de vida. (ovo, lagarta, pupa e adulto).
Adultos podem ser vistos voando dentro de estruturas teladas semelhantes a casas de vegetação agrícola, enquanto as formas jovens são criadas em salas separadas.
Borboletário Águias da Serra - Eng. Marsilac, São Paulo - SP,

Borboletários, além de expor,  possibilitam identificar e avaliar várias espécies, observando seus aspectos biológicos e possível criação massal, além de manutenção de populações que não ocorrem em todas as estações.
É exigido dos criadores registrados, que uma certa quantidade de casais de cada nova produção seja solta de volta a natureza.

Borboletário Fiocruz- Manguinhos, Rio de Janeiro

Obter autorização de órgãos competentes para criar borboletas. 

Como toda espécie silvestre, as borboletas não podem ser criadas e muito menos comercializadas, sem devido registro emitido por órgãos competentes.
Exemplo da (Portaria nº 2314, de 26 de novembro de 1.990) que regulamenta a instalação e o funcionamento de criadouros comerciais de insetos da Ordem 

Lepidóptera, ou seja, borboletas e ou mariposas. 




Borboletário _SESC Pantanal Paconé MT


Caso o objetivo da criação não seja a comercialização, aí o criadouro se enquadra na categoria de criadouro conservacionista regulamentado pela (Portaria 139/93 de 29 de dezembro de 1993).
Um criadouro de borboletas, mesmo para o lazer, deve ter autorização dos órgãos competentes, pois as borboletas, também são animais silvestres, nativos e estão protegidos pela Lei 9.605, de 12/2/1998.



FAUNA SILVESTRE BRASILEIRA EM CATIVEIRO: CRIAÇÃO LEGALIZADA.

Os órgãos competentes reconhecem como legal as seguintes finalidades de criação: comercial, científica, conservacionista e amadorista.

Borboletário _SESC Pantanal Paconé MT

A quem se destina?
Todas as pessoas, físicas ou jurídicas, que desejam iniciar uma atividade que envolva a manutenção ou utilização de animais da fauna silvestre em cativeiro, ou provenientes de cativeiro, deverão obter as autorizações necessárias junto ao órgão ambiental competente.
Essa autorização, portanto, não é destinada a pessoas que já possuam animais silvestres em casa e estejam buscando uma forma de regularizá-los. 
Borboletário da Fundação Zoobotânica Belo Horizonte SP.
Por que é necessário obter essas autorizações?
Animais da fauna silvestre são protegidos por lei. Por esse motivo, sua utilização, venda, manutenção em cativeiro, transporte, sem autorização  do órgão ambiental competente, ou em desacordo com a obtida é considerado um crime ambiental, que pode ser punido com detenção e multa.

Como funciona a obtenção das autorizações?
Atualmente a legislação estabelece algumas categorias de uso autorizáveis. Essas categorias de uso ou “empreendimentos de fauna silvestre”, como são conhecidos, procuram atender as diversas finalidades existentes de utilização da fauna silvestre, tais como criação, reprodução, exposição, pesquisa, comercialização e abate.
Dessa forma, o interessado deverá se enquadrar naquela categoria que mais se adéqua às atividades que deseja realizar. As seguintes categorias são previstas na legislação:

Borboletário SESC Pantanal Paconé MT
I.         Centro de reabilitação de animais silvestres (CRAS): todo empreendimento autorizado pelo órgão ambiental competente, de pessoa jurídica de direito público ou privado, com finalidade de receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, criar, recriar, reproduzir, manter e reabilitar espécimes da fauna silvestre nativa para fins de programas de reintrodução no ambiente natural;
II.        Centro de triagem de animais silvestres (CETAS): todo empreendimento autorizado pelo órgão ambiental competente, somente de pessoa jurídica de direito público ou privado, com finalidade de receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar espécimes da fauna silvestre provenientes da ação da fiscalização, resgates ou entrega voluntária de particulares, sendo vedada a comercialização;
III.        Criadouro científico para fins de conservação: todo empreendimento autorizado pelo órgão ambiental competente, de pessoa jurídica, ou pessoa física, sem fins lucrativos, vinculado a plano de ação ou de manejo reconhecido, coordenado ou autorizado pelo órgão ambiental competente, com finalidade de criar, recriar, reproduzir e manter espécimes da fauna silvestre nativa em cativeiro para fins de realizar e subsidiar programas de conservação e educação ambiental, sendo vedada a comercialização e exposição;
IV.        Criadouro científico para fins de pesquisa: todo empreendimento autorizado pelo órgão ambiental competente, de pessoa jurídica, vinculada ou pertencente à instituição de ensino ou pesquisa, com finalidade de criar, recriar, reproduzir e manter espécimes da fauna silvestre em cativeiro para fins de realizar ou subsidiar pesquisas científicas, ensino e extensão, sendo vedada a exposição e comercialização a qualquer título;
V.        Criadouro comercial: todo empreendimento autorizado pelo órgão ambiental competente, de pessoa física ou jurídica, com finalidade de: criar, recriar, terminar, reproduzir e manter espécimes da fauna silvestre em cativeiro para fins de alienação de espécimes, partes, produtos e subprodutos;
VI.        Estabelecimento comercial da fauna silvestre: todo empreendimento autorizado pelo órgão ambiental competente, de pessoa jurídica, com finalidade de alienar animais vivos da fauna silvestre, procedentes de criadouros comerciais autorizados pelo órgão ambiental competente;
VII.        Jardim Zoológico: empreendimento autorizado pelo órgão ambiental competente, de pessoa jurídica, constituído de coleção de animais silvestres mantidos vivos em cativeiro ou em semiliberdade e expostos à visitação pública, para atender a finalidades científicas, conservacionistas, educativas e socioculturais;
VIII.        Mantenedouro de fauna silvestre: todo empreendimento autorizado pelo órgão ambiental competente, de pessoa física ou jurídica, sem fins lucrativos, com a finalidade de criar e manter espécimes da fauna silvestre em cativeiro, sendo proibida a reprodução, exposição e alienação;
IX.        Matadouro, abatedouro, e frigorífico: empreendimento de pessoa jurídica, com a finalidade de abater, beneficiar e alienar partes, produtos e subprodutos de espécimes de espécies da fauna silvestre.
Depois de escolhida a categoria que mais adequada à atividade que se pretende exercer, o interessado deve obter as autorizações necessárias junto à Secretaria de Meio Ambiente. De uma forma geral, a obtenção dessas autorizações é dividida em três etapas. Para cada uma delas, o interessado obtém uma autorização que é condição para a obtenção da autorização subsequente.  Leia abaixo a descrição de cada uma delas:Autorização Prévia: A Autorização Prévia é o documento inicial que identifica o interessado, a atividade que deseja realizar e com quais grupos ou espécies deseja realizá-la. Sua solicitação ocorre com o preenchimento de um cadastro básico de informações e sua emissão é automática. A autorização prévia possibilita a continuação para a próxima etapa.
Borboletário Flores que Voam - caminho do Horto Florestal –Campos do Jordão SP
·          Autorização de Instalação: A Autorização de Instalação é o documento que autoriza construção/instalação do empreendimento. Sua obtenção ocorre após análise e aprovação do projeto arquitetônico do empreendimento, bem como do plano de trabalho, no qual constam as ações de manejo que serão aplicadas aos grupos e espécies que se pretende utilizar.
·     Autorização de Manejo: A Autorização de Manejo autoriza o início das atividades do empreendimento. Sua emissão ocorre após vistoria técnica, por meio da qual se identifica que o empreendimento já foi completamente instalado, está de acordo com o projeto apresentado e apto a iniciar suas atividades.

 Borboletario  Municipal de Osasco - Piratininga, Osasco - SP
De onde vem os animais de um novo empreendimento?
Uma vez que o interessado tenha obtido todas as autorizações, poderá receber animais para início de suas atividades. Com exceção dos CETAS e CRAS, que recebem animais apreendidos e resgatados pelos órgãos oficiais, os animais encaminhados aos novos criadouros e zoológicos são provenientes de outros empreendimentos já autorizados pelo órgão, desde que essa transferência tenha sido previamente analisada e autorizada pelo órgão ambiental competente.

Procurar ler e entender as seguintes leis antes de fazer investimentos:

PORTARIA Nº 2.314, DE 26 DE NOVEMBRO DE 1990,
PORTARIA N° 139 93, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1993,
LEI 9605 de 12 2 1998.


Fonte/créditos:











quarta-feira, 20 de junho de 2018

Sobreviverão os insetos ao homem?



Resultado de imagem para Sobreviverão os insetos ao homem

Por:
 William Jacob Holland.


"Quando a lua houver desaparecido do céu, o sol brilhar ao meio-dia  numa luz mortiça vermelho-cereja, os mares estiverem inteiramente congelados e a calota glacial houver deslizado de cada polo até o equador; quando todas as cidades estiverem mortas há muito tempo, e a vida, em sua totalidade, se encontrar no derradeiro limiar de sua extinção no globo; nesse momento, num pedaço de líquen que crescer numa rocha escavada, ao lado das neves eternas do Panamá, estará pousado um minúsculo inseto, limpando as antenas ao brilho de um sol exaurido, representando o único sobrevivente da vida animal na face da Terra: um melancólico bichinho."

De W. J. Holland, no seu livro "The book Moth".



"The book Moth".

Livro para download em:


Sobre William Jacob Holland: (16 de agosto de 1848 - 13 de dezembro de 1932) foi o oitavo chanceler da Universidade de Pittsburgh (1891-1901) e diretor dos Museus Carnegie de Pittsburgh . Ele era um zoólogo e paleontólogo, bem como um ministro presbiteriano ordenado . 

Vida 

Holland nasceu em 16 de agosto de 1848 na Jamaica , nas Índias Ocidentais , filho de Rev Francis R Holland e sua esposa, Eliza Augusta Wolle. 

Ele passou seus primeiros anos em Salem, na Carolina do Norte , depois freqüentando Nazareth Hall, uma escola de meninos da Morávia na Pensilvânia, seguida por Amherst College , (AB, 1869) e Princeton Theological Seminary (1874). Na Amherst Holland, o colega de quarto era um estudante do Japão, fazendo com que a Holanda se interessasse por japonês e aprendesse essa língua bem antes de ser uma atividade comum nos Estados Unidos.

Em 1874, mudou-se para Pittsburgh , na Pensilvânia, para se tornar pastor da Igreja Presbiteriana de Bellefield, no bairro de Oakland, na cidade. Nesta época, Holland também era curador do Colégio da Pensilvânia para Mulheres (atual Chatham University ), onde lecionava línguas antigas. Ele também foi ativo nas ciências, servindo como naturalista para os Estados Unidos Eclipse Expedition, que em 1887, no legado da Academia Nacional de Ciências e da Marinha dos EUA , explorou o Japão. Em 1879, a Holanda se casou com Carrie T. Moorhead. Eles tiveram dois filhos.

Em 1891 tornou-se chanceler de Pitt, onde ensinou anatomia e zoologia. Sua administração de 1890 é mais conhecida por aumentar drasticamente o tamanho e o escopo da universidade (então chamada Western University of Pennsylvania). Em 1901, seu amigo Andrew Carnegie o contratou como diretor do Museu Carnegie, onde permaneceu até a aposentadoria em 1922.

Ele morreu em 13 de dezembro de 1932 e foi enterrado no cemitério de Allegheny , em Pittsburgh. 



Trabalho 

O principal interesse de Holland era em lepidoptery , mas ele se treinou como paleontólogo quando assumiu a direção do Carnegie Museum. Como diretor dos Museus Carnegie, Holland alcançou renome internacional por supervisionar a montagem de vários modelos do dinossauro saurópode Diplodocus , uma doação da Carnegie para museus de história natural em toda a Europa. Sua viagem à Argentina em 1912 para instalar uma réplica de um Diplodocus , a mando de Carnegie, é contada por Holland em seu livro de viagens de 1913, To the River Plate and Back . A campanha do Diplodocus lhe rendeu sua parcela de reconhecimento internacional, sob a forma de um francês.legion d'honneur e uma cruz de cavaleiro alemão, entre outros. 

A Holanda foi o grande divulgador da América das borboletas e mariposas na primeira metade do século XX. O livro de borboletas de Holland (1898) e o livro The Moth Book (1903) ainda são amplamente utilizados. A Holanda doou sua coleção particular excedendo 250.000 exemplares ao Museu Carnegie. Ele apoiou colecionadores ativos em todo o mundo, obtendo grandes coleções de regiões anteriormente não cobradas entre 1890 e 1930 através dos esforços de William Doherty , Herbert Huntingdon Smith , HL Weber, J. Steinbach, SM Klages e muitos outros.



Legado 

O Holland Hall da Universidade de Pittsburgh, na 3990 Fifth Avenue, é nomeado em sua homenagem. É uma residência estudantil para 600 estudantes do primeiro ano e faz parte do complexo Schenley Quadrangle. O University Book Centre fica no térreo do Holland Hall.

Holland também estava interessado na história de seus antepassados, particularmente de seus ancestrais morávios e huguenotes em Belém, Pensilvânia, Filadélfia, Inglaterra e França. Ele acumulou uma quantidade considerável de material, incluindo cartas, diários, retratos e outros artefatos, e doou para a Sociedade Histórica da Pensilvânia Ocidental em Pittsburgh, hoje conhecido como Centro de História do Senador John Heinz. A coleção inclui 17 pés lineares de materiais e é conhecida como a Coleção Holland.

Entomologicamente falando, William Jacob Holland foi um grande colaborador ao escrever livros sobre espécies de borboletas e mariposas que até hoje são referência.
Meus respeitos por pessoa tão admirável.




terça-feira, 5 de junho de 2018

Ovos, imaturos, pupas e adultos de Actinote carycina Jordan (Lepidoptera, Nymphalidae, acraeinae)


Actinote carycina
Constatada a ocorrência de lagartas em Março abril maio, onde a planta hospedeira já está florindo. Sementes devem ser semeadas no verão.



**Trata se de um gênero complicadíssimo, a maioria das espécies são muito parecidas, fazendo um grande complexo mimético, contudo, acreditamos tratar-se de Actinote carycina (Jordan 1913).


Em certas épocas do ano, as borboletas do gênero Actinote sp. podem ser muito abundantes no sudeste do Brasil.



Actinote spp é uma espécie da tribo Acraeini, (Lepidoptera: Heliconiinae) com ampla distribuição na América Neotropical, sendo possível encontrá-la desde a Argentina até o México: no sudeste do Brasil, suas populações são caracterizadas por apresentar polimorfismos nos padrões alares.



Os machos de diversas espécies de lepidópteros defendem territórios de acasalamento contra rivais via perseguições aéreas.

Machos de várias espécies de borboletas defendem territórios de acasalamentos contra rivais da mesma espécie por meio de intensas perseguições em espirais. Tais perseguições raramente apresentam contato físico, tornando incerto como residentes obtêm vantagem territorial. 

No sudeste do Brasil os machos da borboleta Actinote pellenea (Nymphalidae), entretanto, defendem territórios agarrando rivais em voo e caindo no solo em combate, indicando neste caso uma função da força física.

Os adultos procuram as plantas do gênero Austroeupatorium sp. - Família Asteraceae, onde coloca uma massa de ovos amarelos.

Austroeupatorium inulaefolium.


Postura em folha de Austroeupatorium inulaefolium.


Lagartas costumam ocorrer em nossa região em abril, quando as plantas estão com flores. Procurar (coletar sementes) e semear ou plantar no verão, dezembro, janeiro/fevereiro.

Lagartas em galho de Austroeupatorium inulaefolium.


Lagartas em galho de Austroeupatorium inulaefolium.


Lagartas em galho de Austroeupatorium inulaefolium.


Lagartas em galho de Austroeupatorium inulaefolium.



Planta hospedeira:


Austroeupatorium inulaefolium (Kunth) R.M.King & H.Rob. 


Nome comum:Cambará-de-bicho, cicuta-galega, assa-peixe.Mais conhecida por cambará-de-bicho, pois é muito atacada por lagartas.

Austroeupatorium inulaefolium 

Austroeupatorium inulaefolium 

Austroeupatorium inulaefolium 


Austroeupatorium inulaefolium 


O material deste estudo foi obtido da posturas de apenas uma fêmea. Posteriormente, a planta foi protegida com tela para evitar predadores e parasitoides, onde foi acompanhado o ciclo até a emergência dos adultos que foram libertados enfim.

Agradecimento aos mestres: André Victor Lucci Freitas e especial gratidão ao Dr. Ronaldo Francini, que é o maior especialista nesse grupo no Brasil.








Aggregated oviposition in Actinote pellenea pellenea Hübner (Lepidoptera: Nymphalidae)

Uma fêmea Actinote pellenea pellenea ovipositando 
em Austroeupatorium inulaefolium.



Para a maioria dos insetos holometábolos em geral, e com os herbívoros em particular, os adultos são mais móveis do que os imaturos, com as decisões de oviposição de fêmeas frequentemente críticas para a adaptação da prole (Doak et al., 2006). 
Para a maioria dos insetos herbívoros, a aceitabilidade e a qualidade da planta hospedeira variam fortemente entre espécies de plantas, populações e indivíduos e até mesmo entre partes de plantas diferentes (Strong et al., 1984; Price, 1997; Kerpel et al., 2006). 
A capacidade das fêmeas de escolher entre diferentes hospedeiros ou partes do hospedeiro tem consequências importantes no desempenho de seus descendentes, com as fêmeas geralmente usando dicas de plantas para identificar o recurso alimentar mais adequado. 
Muitas pistas diferentes são usadas pelas fêmeas durante o processo de oviposição. Estes incluem compostos secundários, sinais visuais (planta e folha), presença de inimigos naturais ou mutualistas, presença de imaturos coespecíficos, microclima (Rausher, 1978; Williams & Gilbert, 1981; Freitas & Oliveira, 1996) e vigor vegetal (Price, 1991, 1997). 
Além disso, as fêmeas ovipositoras também podem responder a dicas indiretas como idade e tamanho da folha, comprimento do internódio (Price et al., 1987; Freitas et al., 1999), aparência, agrupamento e posição das plantas hospedeiras na paisagem (Feeny, 1976; Courtney & Courtney, 1982; Mackay & Singer, 1982). 
O gênero Neotropical Actinote Hübner, [1819] (Nymphalidae: Heliconiinae: Acraeini) possui 31 espécies descritas distribuídas pela América Central e do Sul, atingindo a máxima diversidade nas regiões montanhosas dos Andes e Sul do Brasil (Francini et al., 2004; Lamas, 2004; Paluch, 2006; Paluch et al., 2006; Silva-Brandão et al., 2008). Todas as espécies conhecidas se alimentam de Asteraceae e são gregárias durante todos os estágios (Francini, 1989, 1992; Paluch et al., 2005; Freitas et al., 2009). 
O difundido Actinote pellenea Hübner, [1821] tem 17 subespécies reconhecidas distribuídas por toda a América do Sul desde a Colômbia até o norte da Argentina, encontradas em uma ampla variedade de habitats secundários e abertos (Francini, 1989, 1992; Paluch, 2006). No litoral sul do Brasil, 
A. pellenea pellenea Hübner, [1821] é muito comum com quatro ou cinco gerações por ano. Aqui larvas de A. p. Pellenea alimentam-se de três espécies de Asteraceae: as videiras Mikania micrantha e Mikania cordifolia, e o arbusto Austroeupatorium inulaefolium (Francini, 1989, 1992) (Fig. 1). 
O estudo a seguir descreve o padrão de distribuição de oviposição de A. p. pellenea em manchas de A. inulaefolium, e discute os fatores que podem explicar os padrões observados. 
O estudo foi realizado em duas áreas costeiras do estado de São Paulo, no sul do Brasil: 1) Parque Estadual Xixová-Japuí (JAPUI), São Vicente, São Paulo (23 ° 59 'S, 46 ° 23' W), em 1º de julho 2 e 2, 1991, e 2) o vale do rio Cubatão, (VRCUB), Cubatão, São Paulo (23 ° 53 'S, 46 ° 27' W) em 12 de novembro de 1992. Ambos os sítios são cobertos por várzea floresta subtropical (Ururahy et al., 1984). 
A precipitação anual atinge 2500 mm e a temperatura média anual é de 21 ° C (Setzer, 1949; Nimer, 1989). O trabalho de campo foi conduzido ao longo de bordas de trilha abertas e em vegetação secundária de estágios iniciais de sucessão. 
Em cada local todos os indivíduos de A. inulaefolium presentes ao longo de um transecto linear previamente definido de 200 m foram amostrados, incluindo todas as plantas a uma distância de 5 metros em ambos os lados do transecto, incluindo todas as plantas próximas na área. Imaturas de A. p. As pelleneas de cada planta hospedeira foram registradas e todas as ovipositions foram coletadas para trabalho laboratorial. 
Cada planta individual foi marcada e registrada para altura (cinco classes de 100 cm), distância da planta mais próxima (em metros), orientação em relação à planta mais próxima (em graus), número de folhas com imaturos, número total de grupos imaturos e número total de imaturos. 
Para cada folha com imaturos, a área, inclinação (para a horizontal), orientação (em graus para o eixo central da planta), quantidade de herbivoria e número de imaturos por grupo foram registrados. 
Um “índice de aparências” (AI, seguindo Feeny, 1976) foi calculado para cada planta individual, como: AI = [(Ho + H + DA) + (Ho - Hb + DB) + (Ho - Hc + DC)] / 3 ; onde Ho = altura da planta, Ha, Hb, Hc = altura das três plantas mais próximas da espécie, e DA, DB, DC = distância das três plantas mais próximas da mesma espécie presentes ao longo do transecto linear. 
Este índice é mais baixo (incluindo valores negativos) quando a distância entre um par de plantas é menor que a planta inferior do par. O índice aumenta com o aumento da distância entre as duas plantas. 
Para determinar a distribuição das plantas, a área de estudo foi incluída em um retângulo de 108 m2, e esta foi subdividida em 27 setores quadrados de 2x2 m (três linhas e nove colunas). 
O padrão de distribuição das plantas foi determinado usando o índice de dispersão (Ludwig & Reynolds, 1988) com valores <1 indicando uma distribuição uniforme, = 1 distribuição aleatória e> 1 distribuição agrupada. A inclinação e orientação de cada folha foi estimada com bússola

POR: Ronaldo Bastos Francini·    
·         Universidade Católica de Santos

·         University of Campinas