quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Curiosidades sobre os insetos


Borboletas se alimentam de lágrima, se fingem de mortas e inspiram aparelhos eletrônicos.

Conheça algumas curiosidades sobre os insetos que reúnem mais de três mil espécies no Brasil.

— Foto: Rudimar Narciso Cipriani / TG

Colorações das borboletas chamam a atenção para estes insetos curiosos.


Asas brilhantes, coloridas e detalhadas: o destaque para esses insetos fica sempre para o visual. Tão difícil quanto selecionar as fotos mais bonitas de borboletas é determinar o quanto sabemos sobre elas.
A cultura popular e desconhecimento muitas vezes podem nos afastar de espécies curiosas e muito intrigantes.




 — Foto: Rudimar Narciso Cipriani / TG

Alimentação das borboletas não se restringe ao néctar.

Mais do que néctar


Muito se sabe sobre o potencial das borboletas como polinizadoras. A fama vem do hábito de se alimentarem de néctar e de pólen de flores e, com isso, depositarem as substâncias por onde se locomovem. Mas, além dessa dieta, esses insetos também podem se alimentar de sais minerais.

A estudante de Ciências Biológicas, Aline Vieira e Silva, trabalha com o levantamento de espécies de borboletas o Instituto Butantan, através da Iniciação Científica. Ela descreve que os sais minerais são retirados por elas de poças d’água, solos bastante úmidos e até de suor ou ainda das lágrimas de outros animais.

— Foto: Rudimar Narciso Cipriani / TG

Coloração das borboletas pode variar pela localização nas asas.


“Além disso, existem espécies que se alimentam de frutos em decomposição, fezes de outros animais ou resina de árvores, conhecidas como borboletas frugívoras”, explica Aline. Há ainda algumas espécies que se tornam venenosas por conta da planta que se alimentam.

Para se alimentar, todas as borboletas usam uma estrutura chamada de espirotromba. Esse é um órgão do aparelho bucal das borboletas que funciona como um “canudinho”. Normalmente, elas os mantêm enrolados e desenvolvem quando vão sugar algum alimento.

— Foto: Aline Vieira e Silva / Acervo Pessoal

Quando não se alimentam, borboletas mantém espiritromba enrolada 


Borboleta morre rápido
Nem sempre! O tempo de vida de uma borboleta pode variar muito de acordo com a espécie. Aline Vieira afirma que muitas delas, de fato, não vivem mais do que um mês quando chegam à fase adulta. Entretanto algumas espécies podem viver até um ano.
“É o exemplo da Borboleta-Monarca (Danaus plexippus), alguns indivíduos vivem até 12 meses para conseguir realizar uma grande migração, que é característica dessa espécie”, relata a estudante.


— Foto: Carlos Candia Gallardo/ Arquivo Pessoal

Monarcas brasileiras também utilizam a coloração ao seu favor.


Brilho não é perigo

“As borboletas podem apresentar colorações muito bonitas e chamativas em suas asas. O que origina esses padrões são as pequenas escamas coloridas que recobrem toda as asas desses insetos”, explica Aline.

As mesmas escamas produzem aquele “pózinho” que sentimos nos dedos quando seguramos uma borboleta por suas asas. Ao contrário do que muitos dizem, a estudante esclarece que esses fragmentos não cegam ou causam qualquer dano à saúde.

 — Foto: Jorge Lucas Moreira / VC no TG

Dupla coloração das asas é técnica de disfarce das borboletas


Mestre dos disfarces
Algumas espécies de borboletas também adotaram uma habilidade: se fingirem de mortas. “Esse comportamento é chamado de tanatose e ocorre quando a borboleta, ao se sentir ameaçada, fica imóvel, sem voar ou se mexer, na tentativa de enganar seu predador e fazer com que ele perca o interesse nela”, explica Aline.

Há ainda uma grande parte das borboletas que utilizam em seu benefício o padrão de coloração que possuem. Assim, se misturam com a cor do ambiente em que vivem, dificultando sua visualização.

“É comum que a borboleta apresente essa coloração de camuflagem apenas na parte ventral das asas, com cores vivas e chamativas na parte dorsal. Dessa forma, quando está pousada com asas fechadas ela fica camuflada, e quando abre as asas expões a coloração que usa para se comunicar com outras borboletas”, descreve a estudante.


— Foto: Rudimar Narciso Cipriani / TG

Coloração de algumas borboletas favorecem a camuflagem 


Borboletas e a tecnologia
Você já esteve com o seu celular no sol e não conseguia ver o que estava na tela por conta do reflexo? Uma empresa de tecnologia se baseou nas borboletas para tornar a tela de telefones móveis claramente legível, até sob o brilho do sol.

“O padrão de escamas encontrado na asa de algumas borboletas apresenta um azul metálico muito bonito e que reflete a luz do sol com muita eficiência. A empresa se baseou no mecanismo de reflexão das asas desses insetos para elaborar as telas que refletissem e aproveitassem melhor a luz ambiente”, explica Aline Vieira.



— Foto: Rudimar Narciso Cipriani / TGComo observar borboletas?

Parantes desta borboleta, do gênero Morpho, inspiraram mecanismos das telas dos celulares 

Diante da diversidade de curiosidades sobre as borboletas, avistá-las também se torna uma tarefa de paciência e atenção. Assim como encontrar passarinhos, a observação de borboletas pode ser feita até mesmo em áreas urbanas.

A ausência de nomes populares pode dificultar a identificação para o público leigo, mas algumas localizações oferecem uma variedade de espécies a serem avistadas. Um binóculo na mão e a delicadeza para não assustá-las garante uma experiência de sucesso ao lidar com esses insetos.


— Foto: Arte/TGEm

Dicas de borboletários no estado de São Paulo  Campinas (SP), o borboletário da Mata Santa Genebra funciona de segunda a sexta-feira, das 9 às 16 horas, e a entrada é gratuita.

Todo primeiro domingo do mês são promovidas visitas monitoradas, oportunidade de observar e conhecer cerca de 20 espécies diferentes. Para participar da atividade é necessário fazer inscrição!
Se você for de São Paulo, uma dica é visitar o Borboletário Águias da Serra que conta com 14 espécies diferentes de borboletas. Não é necessário agendar a visita, mas fique atento, pois o parque não funciona em dias com previsão de chuva.
O borboletário fica aberto das 10 às 16 horas, aos sábados, domingos e feriados.



— Foto: Rudimar Narciso Cipriani / TG

Diversos locais auxiliam a observação das borboletas 
**Créditos: 
Por *Gabriela Brumatti, Terra da Gente 28/02/2019 07h10 

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2019/02/28/borboletas-se-alimentam-de-lagrima-se-fingem-de-mortas-e-inspiram-aparelhos-eletronicos.ghtml





quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Biblis hyperia (Cramer, 1779), em Tragia alienata

Biblis hyperia


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.






Biblis hyperia (Cramer, 1779)


Biblis hyperia (denominada popularmente, em inglês, Red Rim) é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae, considerada a única espécie de seu gênero (gênero monotípico). É nativa do México até o Paraguai, incluindo as Índias Ocidentais (exceto Cuba, Ilha de São Domingos e Jamaica); raramente indo parar na região sul do Texas. Foi classificada por Pieter Cramer, com a denominação de Papilio hyperia, em 1779. Varia de pouco mais de 5 a 7.6 centímetros de envergadura e se caracteriza por possuir, vista de cima, coloração quase negra (um pouco mais pálida no canto das asas anteriores), com bandas em vermelho na proximidade inferior das asas posteriores. Ambos os sexos são idênticos, não havendo qualquer variação na padronização, embora a largura da banda vermelha sobre a asa posterior varie ligeiramente entre indivíduos. A parte inferior das asas é idêntica à sua vista superior, exceto por ser um pouco mais pálida.

Hábitos

Biblis hyperia é geralmente encontrada isoladamente, em altitude variando entre o nível do mar e cerca de 1.000 metros, porém mais freqüentemente abaixo de 500 metros; vivendo em ambientes alterados, incluindo clareiras de floresta, florestas secundárias, ao longo das estradas ou caminhos e margens de rios. Seu voo é lento e os machos tendem a continuamente agitar suas asas quando se assentam na folhagem de arbustos ou árvores, ou quando absorvem a umidade mineralizada de pedras ou seixos.

Ciclo de vida



Lagartas encontradas em planta de Tragia (Euphorbiaceae), contendo dois prolongamentos como chifres em sua cabeça e uma série de protuberâncias espiniformes em seu corpo, sendo amarronzadas como um galho em sua fase final. Crisálida com prolongamentos alares.O ovo eclode após uma semana, com a lagarta passando por diversas transformações. O ciclo, de crisálida a adulto, leva de 10 a pouco mais de 20 dias em média.


Mimetismo e toxidade


Segundo Andrew V. Z. Brower, embora a banda vermelha nas asas posteriores esteja posicionada de forma diferente, Biblis hyperia poderia se constituir em um possível caso de mimetismo Mülleriano; imitando borboletas do gênero Heliconius em áreas onde estas borboletas exibam asas negras, com uma banda vermelha nas asas anteriores. Também têm uma semelhança mimética com vários Papilionidae do gênero Parides. Adrian Hoskins afirma que seu voo lento poderia ser indicativo de que esta espécie é desagradável para as aves e que as plantas da qual se alimentam suas larvas, Euphorbiaceae, contêm toxinas que poderiam ficar retidas nos órgãos das borboletas adultas.











A planta Tragia,  pertence a um gênero botânico da família das Euforbiáceas, com distribuição nas regiões tropicais e subtropicais.

Tragia alienata (Didr.) Múlgura & M.M. Gutiérrez


Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata


Tragia alienata

Tragia alienata

Tragia alienata


Agradeço a colaboração da colega Inês Cordeiro do Instituto de Botânica/ Herbário de São Paulo  identificação desta espécie.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Colapso na natureza.


Queda no número de insetos ameaça causar “colapso na natureza”

Cerca de 40% das espécies de insetos estão ameaçadas de extinção. E isso pode ter consequências sérias para o ecossistema

 (Mint Images/Getty Images)

Insetos são, de longe, os animais mais comuns do planeta. Mais de 1,5 milhão de espécies de insetos já foram catalogadas – três vezes mais do que o número de espécies de outros animais somadas. E esse total está longe de representar todos os insetos que, de fato, existem na natureza, mas nunca foram estudados.

Essa abundância pode parecer inabalável – mas está seriamente ameaçada. De acordo com um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Sydney e da Academia Chinesa de Ciências Agrárias (CAAS), os insetos estão perigosamente caminhando para a extinção, o que pode levar a um “colapso catastrófico dos ecossistemas da natureza”.

Para chegar a essas conclusões alarmantes, os cientistas analisaram 73 pesquisas de longo prazo sobre o declínio de insetos ao redor do mundo. Eles concluíram que mais de 40% das espécies de insetos estão sofrendo quedas populacionais em um ritmo constante. O intervalo de tempo que uma espécie de inseto, em média, leva para ser extinta é oito vezes menor do que a dos mamíferos, aves e répteis. Ou seja: elas estão sumindo 8 vezes mais rápido.

Nos últimos 30 anos, a massa total de insetos tem diminuído em uma taxa de 2,5% ao ano. O ritmo é mais acelerado do que parece: se a mesma taxa permanecer por um século, não restará uma única espécie de inseto daqui a meros 100 anos.

O problema, é claro, impacta o ser humano diretamente. É comum enxergar esses bichinhos como pragas, mas a importância ecológica deles é imensurável: além de serem os principais polinizadores da natureza, eles ajudam a fertilizar o solo e mantém a população de certas pragas sob controle. Apesar de subvalorizados em seu papel na cadeia alimentar, eles são a única fonte de alimento para muitos anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Isso sem mencionar as substâncias úteis do dia produzidas por eles, como mel, seda, cera e laca.

A pesquisa aponta para as causas principais para a queda constante no número de insetos: perda de habitat graças à agricultura intensiva e urbanização; poluição, principalmente por pesticidas e fertilizantes sintéticos; e outros fatores biológicos, incluindo o contato com patógenos e espécies exóticas.

As mudanças climáticas também se destacaram como um dos principais impulsionadores desse problema. O relatório observa como o aumento das temperaturas globais já reduziu as áreas em que libélulas, moscas de pedra e abelhas são capazes de atuar como polinizadoras. À medida que as temperaturas globais continuam subindo, o problema afeta mais as espécies que vivem em regiões tropicais, onde o clima pode rapidamente se tornar intolerável para esses bichos.

Borboletas e mariposas estão entre os insetos mais atingidos – de 733 espécies que voam durante o dia, 85% passarem por declínios significativos desde 1980. Um exemplo que a pesquisa traz é que o número de espécies de borboletas generalizadas diminuiu 58% em terras cultivadas na Inglaterra entre 2000 e 2009.

“A conclusão é clara: a menos que mudemos nossas formas de produzir alimentos, insetos como um todo irão percorrer o caminho da extinção em algumas décadas”, dizem os autores no estudo.

Créditos:

https://super.abril.com.br/ciencia/queda-no-numero-de-insetos-ameaca-causar-colapso-na-natureza/