quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Caligo illioneus.




Conheça a borboleta-coruja, Caligo illioneus.


                                                                       Caligo illioneus



Borboleta de rara beleza é injustamente chamada e confundida com a verdadeira  Borboleta Bruxa de nome  Ascalapha odorata (Linnaeus, 1758);





                                                     Ascalapha odorata (Linnaeus, 1758)




 A Mariposa das fotos é conhecida popularmente como Bruxa ou Bruxa preta, mais que ao contrário do que muita gente pensa ela não faz mal a ninguém, sendo o seu nome científico Ascalapha odorata. Essa espécie faz parte da superfamília Noctuoidae e da família Erebidae. 

Os machos apresentam uma envergadura das asas de 9 a 16 cm, enquanto que as fêmeas são um pouco menores alcançando 12 cm e a lagarta (fase larval) alcança até 7 cm de comprimento. Asas marrom escuro, cruzadas por uma série de linhas ondulantes de faixas claras e escuras alternadas, muitas vezes apresentando linhas de cor azul iridescente sobre as asas. Nas fêmeas o contraste é mais acentuado do que nos machos.

No Brasil, é conhecida simplesmente por ‘bruxa’. Nos EUA, é a ‘black witch’ (bruxa preta), no México é la‘mariposa de la muerte’ (mariposa da morte) e o ‘duppy bat’ (morcego fantasma) na Jamaica.

Em várias culturas americanas, se uma borboleta entra em casa, é um sinal de boa sorte, mas se é uma mariposa grande e escura com manchas e linhas mais claras, o mau agouro está naquele lugar. A bruxa seria o portador da mensagem. Muitas vezes, sua visita é o prenúncio de uma morte.

Em algumas culturas, a associação com a ‘A. odorata’ é mais feliz. Depois de alguém ter morrido, a visita da mariposa seria a alma da pessoa voltando para dar adeus.

Lineu descreveu a espécie em 1758 sem associá-la ao azar. Ele a chamou de ‘Phalaena odorata’, isto é,‘ falena de cheiro’, por causa do odor que o inseto produz. Em 1808, o entomólogo alemão Jacob Hübner passou a espécie para um gênero próprio, o ‘Ascalapha’ (pronuncia-se /ascálafa/).

Hübner já sabia de sua fama mortal e no seu nome fez uma referência a Ascálafo, personagem da mitologia grega. Ascálafo é um demônio horticultor do Mundo dos Mortos (o Submundo, o Inferno), onde trabalha para Hades.
Tanto na taxonomia como na cultura popular, a pobre ‘Ascalapha odorata’ acabou associada à morte. Muitas crendices dizem que, ao ver uma bruxa em sua casa, deve-se matá-la sem tocá-la e queimá-la com álcool e sal grosso para evitar o mau agouro.


Pobre mariposa... Em uma tradição tão ampla e antiga, fica difícil desmitificar, tal como o gato preto, que também vem sofrendo por conta de crendices humanas.


As Mariposas são insetos alados (com asas) que fazem parte da ordem Lepidóptera (asas com escamas) assim como as borboletas, na fase jovem são chamadas de lagartas. Elas geralmente apresentam cores opacas, são mais ativas durante a noite e pousam com as asas abertas, ou seja, paralelas ao corpo.
Suas lagartas são na grande maioria, cobertas por cerdas, (pelos ou espinhos) e podem ou não ser urticantes.
As borboletas, assim como as mariposas, tem o mesmo ciclo, contudo, na fase de lagartas (nunca) se mostram urticantes possuem o corpo liso e os adultos são de hábitos diurnos.


Voltando a falar sobre a bela Caligo illioneus, podemos afirmar que se trata de um inseto dócil de fácil criação.
Tem esse nome pois nas asas, pelo lado de dentro, ela tem um desenho semelhante ao rosto de uma coruja, com destaque para os olhos enormes e abertos. Dizem que esta estampa serve de maneira eficiente para driblar seus predadores. Ou seja: parece um animal maior e mais perigoso do que realmente é. Também é conhecida como corujão.

Já pelo lado de fora, tem um azul magnífico, com detalhes em preto (aliás, a asa azul nunca perde a sua cor, mesmo depois de anos de sua morte). De hábitos crepusculares quando adulta (voa lentamente ao amanhecer e ao anoitecer), ela é um dos maiores exemplares de borboletas que se tem notícia (chega a medir até 18 centímetros de envergadura).
Efêmera, como a maior parte das espécies, a borboleta-coruja vive aproximadamente três meses. Mas até chegar a esta fase (entenda-se a metamorfose completa) leva cerca de 105 dias. Em geral as fêmeas são maiores e menos coloridas que os machos. Uma coisa é certa: nenhum exemplar é igual ao outro (como uma impressão digital).



Um de seus principais inimigos são vespas parasitas, que atacam seus ovos, suas lagartas e até as pupas. Inseticidas usados nas plantações, também costumam causar sua morte. Soma-se a isso, está ameaçada por captura criminosa e pela destruição de seu habitat. Fonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Borboleta-coruja (Feito correções)



Adultos sugando sais minerais do suor.
                                                    


Assim como todos os lepidópteros, o ciclo se inicia na formação de casais, cópula e em seguida a fêmea procura a planta hospedeira da lagarta para por seus ovos.


Ovos prontos para eclodirem.
                                      

Os ovos eclodem e as lagartas emergem e passam a se alimentar primeiramente da casca de seus ovos, e em seguida da sua planta alimento.


                      
Lagartas em terceira idade. 

                    

Lagartas próximas da fase de Pupa. 
                         



Lagartas próximas da fase de Pupa. 
                                           
                                   


Adulto emergindo da Pupa.


                                                  

Adultos se alimentado de Néctar.



                                                 


Então o ciclo se repete, ou seja, machos procuram fêmeas, ocorre a cópula e em seguida a fêmea procura uma planta hospedeira de suas lagartas e fás a postura dando inicio a outro ciclo.

Sobre algumas das plantas hospedeiras;


As fêmeas férteis ovipositam preferencialmente em plantas da família Musaceae, as bananeiras, mas também podem fazer a postura em  plantas do gênero heliconias e ainda as strelitziaceae-strelitzia sp.



                                               

Musaceae-Musa sp.



                                                 
Heliconiaceae-Heliconia_rostrata,




                                            
strelitziaceae-strelitzia sp.



Pudemos observar também indivíduos fazendo postura em algumas plantas das famílias zingiberaceae e marantaceae.



Indivíduos do gênero Caligo spp., são dóceis e de fácil criação em cativeiro, podendo se obter uma grande população livre de inimigos naturais.

Conhecendo melhor as borboletas e o Borboletário.

O conhecimento na criação de borboletas tem contribuído muito para reduzir o risco de extinção de muitas espécies, não somente pela aplicação de técnicas de manejo, mas também pelo fato de sensibilizar pessoas comuns e pesquisadores, possibilitando o contato com animais tão importantes, belos e, ao mesmo tempo, tão frágeis.

Em resumo, Borboletários são implantado, como primeiro objetivo, o estudo científico de espécies de borboletas de determinada região e também educação ambiental, mostrando que os insetos são partes relevantes da fauna, das matas e são fundamentais para o equilíbrio deste ecossistema. 

Carregadas de simbolismo, as borboletas representam renascimento e a transformação para algumas culturas. Mas, muito além dessas leituras e da beleza que proporcionam, elas têm papel importante na natureza, um deles, se não o mais importante, é como agente polinizador.

Infelizmente, chegamos a conclusão de que a ação do homem está dizimando os habitats naturais",  "Quanto menor a diversidade da flora, menor será a da fauna”.
O desmatamento é uma das principais causas do sumiço de algumas espécies até então comuns na região, como as do gênero Parides spp., que se alimentam de plantas que só existem nas bordas da mata. Quanto mais o homem avança, maior a dificuldade delas para sobreviver.



João Angelo Cerignoni, LEA-Departamento de Entomologia e Acarologia.
Técnico Especializado- Entomologia Florestal e Controle Biológico.
ESALQ/USP/PIRACICABA 
                                                                

    

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Fantásticos flagrantes de antes e depois da transformação de lagartas em borboletas ou mariposas.

A natureza é cheia de belas e misteriosas surpresas, como a brilhante metamorfose de lagartas em mariposas ou borboletas.
Dentro de seus casulos, as lagartas são completamente liquefeitas, mantendo apenas sua “estrutura rudimentar”, ponto de partida para recursos importantes, como as asas e olhos.
Apesar do fato de serem reduzidas a uma sopa de proteína, estudos já indicaram que algumas borboletas pode reter comportamentos que aprenderam quando ainda eram lagartas.
Ou seja: mesmo depois de tal transformação drástica, a essência do ser ainda é a mesma.
E se você acha as borboletas muito mais bonitas que as lagartas, esse artigo deve te ajudar a perceber que ambas as fases do mesmo animal são igualmente impressionantes.
Por exemplo, as estruturas brilhantes muitas vezes vistas nas lagartas servem como proteção, anunciando sua natureza venenosa ou dando aos predadores alvos falsos para atacar.

Confira fotos do antes e depois dessa admirável mutação:

Traça da família Brahmaeidae

transformacao borboletas 1

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Inseto do gênero Cecropia, geralmente chamado de “embaúba”

transformacao borboletas 2

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Papilio troilus

transformacao borboletas 3

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Papilio polyxenes

transformacao borboletas 4

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Polyura sempronius

transformacao borboletas 5

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Acraga coa

transformacao borboletas 6

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Acharia stimulea

transformacao borboletas 7

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Phobetron pithecium

transformacao borboletas 8

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Greta oto

transformacao borboletas 9

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Cerura vinula

transformacao borboletas 10

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Megalopyge opercularis

transformacao borboletas 11

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Gênero Morpho

transformacao borboletas 12

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Isochaetes beutenmuelleri

transformacao borboletas 13

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Sphingicampa hubbardi

transformacao borboletas 14

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Isa textula

transformacao borboletas 15

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Battus philenor

transformacao borboletas 16

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Apatelodes torrefacta

transformacao borboletas 17

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Automeris io

transformacao borboletas 18

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Attacus atlas

transformacao borboletas 19

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Fonte:

hypescience.com/fotos-antes-e-depois-da-transformacao-de-lagartas-em-borboletas/