terça-feira, 5 de junho de 2018

Ovos, imaturos, pupas e adultos de Actinote carycina Jordan (Lepidoptera, Nymphalidae, acraeinae)


Actinote carycina
Constatada a ocorrência de lagartas em Março abril maio, onde a planta hospedeira já está florindo. Sementes devem ser semeadas no verão.



**Trata se de um gênero complicadíssimo, a maioria das espécies são muito parecidas, fazendo um grande complexo mimético, contudo, acreditamos tratar-se de Actinote carycina (Jordan 1913).


Em certas épocas do ano, as borboletas do gênero Actinote sp. podem ser muito abundantes no sudeste do Brasil.



Actinote spp é uma espécie da tribo Acraeini, (Lepidoptera: Heliconiinae) com ampla distribuição na América Neotropical, sendo possível encontrá-la desde a Argentina até o México: no sudeste do Brasil, suas populações são caracterizadas por apresentar polimorfismos nos padrões alares.



Os machos de diversas espécies de lepidópteros defendem territórios de acasalamento contra rivais via perseguições aéreas.

Machos de várias espécies de borboletas defendem territórios de acasalamentos contra rivais da mesma espécie por meio de intensas perseguições em espirais. Tais perseguições raramente apresentam contato físico, tornando incerto como residentes obtêm vantagem territorial. 

No sudeste do Brasil os machos da borboleta Actinote pellenea (Nymphalidae), entretanto, defendem territórios agarrando rivais em voo e caindo no solo em combate, indicando neste caso uma função da força física.

Os adultos procuram as plantas do gênero Austroeupatorium sp. - Família Asteraceae, onde coloca uma massa de ovos amarelos.

Austroeupatorium inulaefolium.


Postura em folha de Austroeupatorium inulaefolium.


Lagartas costumam ocorrer em nossa região em abril, quando as plantas estão com flores. Procurar (coletar sementes) e semear ou plantar no verão, dezembro, janeiro/fevereiro.

Lagartas em galho de Austroeupatorium inulaefolium.


Lagartas em galho de Austroeupatorium inulaefolium.


Lagartas em galho de Austroeupatorium inulaefolium.


Lagartas em galho de Austroeupatorium inulaefolium.



Planta hospedeira:


Austroeupatorium inulaefolium (Kunth) R.M.King & H.Rob. 


Nome comum:Cambará-de-bicho, cicuta-galega, assa-peixe.Mais conhecida por cambará-de-bicho, pois é muito atacada por lagartas.

Austroeupatorium inulaefolium 

Austroeupatorium inulaefolium 

Austroeupatorium inulaefolium 


Austroeupatorium inulaefolium 


O material deste estudo foi obtido da posturas de apenas uma fêmea. Posteriormente, a planta foi protegida com tela para evitar predadores e parasitoides, onde foi acompanhado o ciclo até a emergência dos adultos que foram libertados enfim.

Agradecimento aos mestres: André Victor Lucci Freitas e especial gratidão ao Dr. Ronaldo Francini, que é o maior especialista nesse grupo no Brasil.








Aggregated oviposition in Actinote pellenea pellenea Hübner (Lepidoptera: Nymphalidae)

Uma fêmea Actinote pellenea pellenea ovipositando 
em Austroeupatorium inulaefolium.



Para a maioria dos insetos holometábolos em geral, e com os herbívoros em particular, os adultos são mais móveis do que os imaturos, com as decisões de oviposição de fêmeas frequentemente críticas para a adaptação da prole (Doak et al., 2006). 
Para a maioria dos insetos herbívoros, a aceitabilidade e a qualidade da planta hospedeira variam fortemente entre espécies de plantas, populações e indivíduos e até mesmo entre partes de plantas diferentes (Strong et al., 1984; Price, 1997; Kerpel et al., 2006). 
A capacidade das fêmeas de escolher entre diferentes hospedeiros ou partes do hospedeiro tem consequências importantes no desempenho de seus descendentes, com as fêmeas geralmente usando dicas de plantas para identificar o recurso alimentar mais adequado. 
Muitas pistas diferentes são usadas pelas fêmeas durante o processo de oviposição. Estes incluem compostos secundários, sinais visuais (planta e folha), presença de inimigos naturais ou mutualistas, presença de imaturos coespecíficos, microclima (Rausher, 1978; Williams & Gilbert, 1981; Freitas & Oliveira, 1996) e vigor vegetal (Price, 1991, 1997). 
Além disso, as fêmeas ovipositoras também podem responder a dicas indiretas como idade e tamanho da folha, comprimento do internódio (Price et al., 1987; Freitas et al., 1999), aparência, agrupamento e posição das plantas hospedeiras na paisagem (Feeny, 1976; Courtney & Courtney, 1982; Mackay & Singer, 1982). 
O gênero Neotropical Actinote Hübner, [1819] (Nymphalidae: Heliconiinae: Acraeini) possui 31 espécies descritas distribuídas pela América Central e do Sul, atingindo a máxima diversidade nas regiões montanhosas dos Andes e Sul do Brasil (Francini et al., 2004; Lamas, 2004; Paluch, 2006; Paluch et al., 2006; Silva-Brandão et al., 2008). Todas as espécies conhecidas se alimentam de Asteraceae e são gregárias durante todos os estágios (Francini, 1989, 1992; Paluch et al., 2005; Freitas et al., 2009). 
O difundido Actinote pellenea Hübner, [1821] tem 17 subespécies reconhecidas distribuídas por toda a América do Sul desde a Colômbia até o norte da Argentina, encontradas em uma ampla variedade de habitats secundários e abertos (Francini, 1989, 1992; Paluch, 2006). No litoral sul do Brasil, 
A. pellenea pellenea Hübner, [1821] é muito comum com quatro ou cinco gerações por ano. Aqui larvas de A. p. Pellenea alimentam-se de três espécies de Asteraceae: as videiras Mikania micrantha e Mikania cordifolia, e o arbusto Austroeupatorium inulaefolium (Francini, 1989, 1992) (Fig. 1). 
O estudo a seguir descreve o padrão de distribuição de oviposição de A. p. pellenea em manchas de A. inulaefolium, e discute os fatores que podem explicar os padrões observados. 
O estudo foi realizado em duas áreas costeiras do estado de São Paulo, no sul do Brasil: 1) Parque Estadual Xixová-Japuí (JAPUI), São Vicente, São Paulo (23 ° 59 'S, 46 ° 23' W), em 1º de julho 2 e 2, 1991, e 2) o vale do rio Cubatão, (VRCUB), Cubatão, São Paulo (23 ° 53 'S, 46 ° 27' W) em 12 de novembro de 1992. Ambos os sítios são cobertos por várzea floresta subtropical (Ururahy et al., 1984). 
A precipitação anual atinge 2500 mm e a temperatura média anual é de 21 ° C (Setzer, 1949; Nimer, 1989). O trabalho de campo foi conduzido ao longo de bordas de trilha abertas e em vegetação secundária de estágios iniciais de sucessão. 
Em cada local todos os indivíduos de A. inulaefolium presentes ao longo de um transecto linear previamente definido de 200 m foram amostrados, incluindo todas as plantas a uma distância de 5 metros em ambos os lados do transecto, incluindo todas as plantas próximas na área. Imaturas de A. p. As pelleneas de cada planta hospedeira foram registradas e todas as ovipositions foram coletadas para trabalho laboratorial. 
Cada planta individual foi marcada e registrada para altura (cinco classes de 100 cm), distância da planta mais próxima (em metros), orientação em relação à planta mais próxima (em graus), número de folhas com imaturos, número total de grupos imaturos e número total de imaturos. 
Para cada folha com imaturos, a área, inclinação (para a horizontal), orientação (em graus para o eixo central da planta), quantidade de herbivoria e número de imaturos por grupo foram registrados. 
Um “índice de aparências” (AI, seguindo Feeny, 1976) foi calculado para cada planta individual, como: AI = [(Ho + H + DA) + (Ho - Hb + DB) + (Ho - Hc + DC)] / 3 ; onde Ho = altura da planta, Ha, Hb, Hc = altura das três plantas mais próximas da espécie, e DA, DB, DC = distância das três plantas mais próximas da mesma espécie presentes ao longo do transecto linear. 
Este índice é mais baixo (incluindo valores negativos) quando a distância entre um par de plantas é menor que a planta inferior do par. O índice aumenta com o aumento da distância entre as duas plantas. 
Para determinar a distribuição das plantas, a área de estudo foi incluída em um retângulo de 108 m2, e esta foi subdividida em 27 setores quadrados de 2x2 m (três linhas e nove colunas). 
O padrão de distribuição das plantas foi determinado usando o índice de dispersão (Ludwig & Reynolds, 1988) com valores <1 indicando uma distribuição uniforme, = 1 distribuição aleatória e> 1 distribuição agrupada. A inclinação e orientação de cada folha foi estimada com bússola

POR: Ronaldo Bastos Francini·    
·         Universidade Católica de Santos

·         University of Campinas


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