quinta-feira, 24 de março de 2016

Nova Borboleta Descoberta no Alasca

Cientista da Universidade da Flórida descobre uma borboleta híbrida, algo raro em animais, que é adaptada para o rigoroso clima do Alasca

Fonte: University of Florida and The Journal of Research on the Lepidoptera

A recém descoberta borboleta Oeneis tanana (vista dorsal)
A recém descoberta borboleta Oeneis tanana (vista ventral)

Uma nova espécie de borboleta foi descoberta no estado americano do Alasca, a primeira descoberta do tipo nos últimos 28 anos. O inseto pertence ao gênero Oeneis, cujos membros são comumente conhecidos como borboletas do Ártico, e acredita-se ser a única borboleta endêmica do Alasca.
O especialista em borboletas, Andrew Warren, da Universidade da Flórida, sugere que a borboleta recém descoberta possa ser uma híbrida, nascida de uma cruza entre as borboletas Chryxus do Ártico e White-veined do Ártico, duas espécies relacionadas que se adaptaram ao clima frio do Ártico durante a última Era Glacial, por volta de 28.000 a 14.000 anos atrás.
A nova espécie de borboleta foi batizada de Tanana do Ártico, ou Oeneis tanana em Latin. De acordo com o relatório, ela estava escondida "debaixo dos narizes dos cientistas" por mais de 60 anos devido às suas semelhanças físicas com a espécie Chryxus do Ártico. Isso até Warren perceber suas características distintas, enquanto organizava coleções de borboletas.
Ele descobriu que a borboleta Tanana do Ártico é maior e mais escura que a Chryxus do Ártico e tem uma aparência "fosca", em razão das manchas brancas estendidas na parte inferior de suas asas. Também descobriu-se que o DNA da espécie é único, embora se pareça muito com o genes da borboleta White-veined do Ártico.



Andrew Warren, da Universidade da Flórida, que descobriu a nova espécie


Estes argumentos apoiam ainda mais a hipótese de que a Tanana do Ártico possa exibir traços híbridos. Warren afirma que isso pode revelar os segredos da história geológica da América do Norte ártica e a evolução das espécies híbridas, incomuns no mundo animal mas frequentes em plantas.
Outras espécies do gênero Oeneis são encontradas em lugares como Rússia e Sibéria. Mais pesquisa de campo, entretanto, é necessária para investigar se a Tanana do Ártico também habita territórios mais para o leste do noroeste do Canadá.
Borboletas têm sangue frio, o que significa que elas não regulam sua própria temperatura corporal, mas assumem a temperatura do ambiente, dessa forma, muitas espécies não podem sobreviver abaixo do ponto de congelamento. As borboletas do Ártico, no entanto, são conhecidas por sobreviver em ambientes extremamente frios, devido à uma solução natural anti-congelamento produzida em seus corpos.
Por esta razão, as borboletas reagem extremamente rápido às mudanças no clima. A equipe de pesquisadores da Flórida afirma que a Tanana do Ártico pode servir como um primeiro indicador de alerta das mudanças ambientais que ocorrem no ermo do Alasca.


Arquivo PDFThe Journal of Research on the Lepidoptera; 

A new species of Oeneis from Alaska, United States, with notes on the Oeneis chryxus complex (Lepidoptera: Nymphalidae: Satyrinae)

http://lepidopteraresearchfoundation.org/journals/49/JRL_49_1_20.pdf

Por: 
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http://www.eatglobe.pt/news/animals/1592-new-butterfly-species-discovered-in-alaska.html


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