Estudo: Podem os insetos polinizadores prosperar nas cidades?
Uma investigadora britânica acredita que o gosto pela jardinagem dos cidadãos urbanos disponibiliza uma fonte variada e abundante de alimento para os insetos polinizadores como as abelhas ou as borboletas, estando atualmente a realizar uma investigação que compara as suas populações citadinas com as campestres e de reservas naturais, que o pode vir a comprovar.
Vários são os insetos polinizadores que exibem uma tendência de declínio global, sendo as abelhas, responsáveis pela fertilização de grandes áreas de cultivos alimentares, o exemplo mais vulgarmente conhecido.
Mas parece que há boas notícias para as abelhas, borboletas e outros polinizadores, já que, segundo uma investigadora britânica as cidades podem constituir um habitat alternativo para estes insetos.
Com efeito, Jane Memmot defende que os jardins urbanos, muitas plantas diferentes plantas que dão flor em distintas épocas do ano, disponibilizam uma fonte de alimento abundante e variada que pode permitir às abelhas prosperar nas cidades.
Segundo a investigadora “Há uma maior diversidade e abundância de flores nas cidades do que a que provavelmente existe nas reservas naturais e nas zonas rurais”.
Por outro lado, segundo Jane Memmot “a época de floração [nas cidades] é mais longa, porque quem faz jardinagem adora plantas que floresçam muito cedo e também muito tarde, pelo que há alimento durante um período mais longo de tempo. O meu instinto diz-me que essa é, provavelmente, uma fonte de alimento mais fiável.”
A equipa liderada pela bióloga britânica está atualmente a realizar um estudo comparativo da diversidade de insetos polinizadores em zonas rurais e reservas naturais britânicas com as que habitam 12 cidades no Reino Unido que o pode vir a comprovar.
O objetivo desta investigação, que se insere, numa iniciativa mais abrangente denominada “Insect Pollinators Initiative” é perceber onde os insetos polinizadores se estão a dar melhor de modo a potenciar o seu crescimento.
Fontes: www.telegraph.co.uk e www.bbc.co.uk
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A importância dos insetos polinizadores
Atualmente, estima-se que das 250 mil espécies de plantas com flores, chamadas angiospermas, 90% são polinizadas por animais, especialmente os insetos. Os polinizadores são tão importantes para a reprodução das plantas quanto a luz e água para o seu crescimento.
Mas também são essenciais para a espécie humana: dependemos das plantas e, portanto, da polinização para obter alimentos, fibras (algodão, linho,etc...) e inúmeros outros produtos. Isso significa que as interações entre animais e plantas também nos afetam diretamente.
É assim que funciona a vida num geral, todos dependem de todos. Ninguém pode ser absolutamente nada sozinho.
A polinização é, e maneira bem simples de entender, o ato sexual entre as plantas espermatófitas, já que é preciso de grãos de pólen do sexo masculino para uma flor receptiva feminina. Esse ato acontece de duas maneiras: com ajuda dos seres vivos, os bióticos; ou através de fatores ambientais/ abióticos.
A polinização acontece:
* Através de rajadas de vento, conhecido como enemofilia;
* Pelas moscas e abelhas, conhecido como entomofilia;
* Através de borboletas, psicofilia;
* Falenofilia, por meio de mariposas;
* Ornitofilia, polinização realizada pelas aves;
* Através da água, como hidrofilia;
* De maneira artificial pelo ser humano;
* E até mesmo pelos morcegos, conhecido como Quiropterofilia;
* Pelas moscas e abelhas, conhecido como entomofilia;
* Através de borboletas, psicofilia;
* Falenofilia, por meio de mariposas;
* Ornitofilia, polinização realizada pelas aves;
* Através da água, como hidrofilia;
* De maneira artificial pelo ser humano;
* E até mesmo pelos morcegos, conhecido como Quiropterofilia;
De uma maneira geral, os grandes responsáveis pela polinização são os insetos. Diversos longa metragens mostram o quão importante eles são para a vida das plantas. (Imagens: Bee Movie)
Essenciais não só para as plantas
O que nem sempre se leva em conta é que um terço do alimento consumido no mundo depende da polinização. Só na União Européia, calcula-se que 84% das 264 espécies de culturas dependem da polinização por insetos.
O conhecimento da polinização por abelhas, principalmente para as regiões tropicais, ainda é limitado. Aqui no Brasil, por exemplo, a caatinga, a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica são áreas pouco estudadas, entre outros motivos, pela dificuldade metodológica de chegar às copas das arvores (onde estão as flores e as abelhas) e do pouco incentivo a estudos de longo prazo.
Finalizando, sempre dependeremos de animais e muito também de insetos polinizadores. Cada ser vivo executa um papel importantíssimo na cadeia da vida.
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