A reprodução desses animais bem longe dos predadores é a garantia de preservação das espécies nativas
Elas nos encantam pela leveza, pelo colorido das asas e, principalmente, por terem um ciclo de vida tão complexo e ao mesmo tempo tão delicado. Envolvido neste mundo mágico, encontramos o João da Silva, zelador do borboletário do Sesc. O trabalho dele é a alma desse borboletário, que fica no coração do Pantanal, em Poconé, às margens do Rio Cuiabá.
“Para falar a verdade, eu me sinto um pai das borboletas aqui dentro, porque desde o começo da vida delas eu que começo a manipulação. É tudo comigo: coletar os ovos, o nascimento, o tratamento das lagartas”, lista.
São 14 espécies de borboletas. Cada uma com características bem diferentes. A olho-de-coruja não precisa nem de apresentação. A carijó, para se defender, procura sempre um tronco de árvore. Tem o dom de se camuflar. De aparência delicada, a ascia é também conhecida como a borboleta da couve. Já as monarcas, com suas asas cor de laranja e preta, são famosas pelas longas viagens. Vieram da América do Norte.
Mas seu João aprecia mesmo é a forma como elas se transformam. “Desde criança, eu ouvia falar na metamorfose e eu sonhava conhecer o que é uma metamorfose.”
A reprodução das borboletas bem longe dos predadores é a garantia de preservação das espécies nativas. Quem entra na casa delas pode contemplar insetos bem de pertinho.
Quando o assunto é reprodução, elas são bem parecidas. “É uma copulação de duas horas, mais ou menos, dependendo da espécie. Uma delas chega a uma hora. Uma hora grudado. Se puxar, rebenta”, diz seu João.
Elas ficam quietinhas e encaixadinhas. Não se desgrudam de jeito nenhum. Não se deixam atrapalhar nem quando têm companhia. A etapa seguinte acontece quando elas põem os ovinhos. Tão pequenos, que nem sempre resistem. Elas preferem colocar os ovos na parte debaixo da folha, onde eles ficam mais escondidos, como estratégia de defesa.
A maior parte dos ovinhos vai parar na casa das 25 famílias que participam de um projeto do borboletário. É uma alternativa de renda para pessoas como dona Maria Laurinda e dona Evanda. Elas construíram até pequenos criadouros, onde os ovos se transformam em lagartas e depois em casulos. Só então as crisálidas voltam ao borboletário.
Elas são inofensivas. E cada espécie também tem seu próprio tempo para virar casulo e ficar fechadinha.
Há sete anos criando as lagartas, o dinheiro do projeto já ajudou dona Maria Laurinda a se formar em técnica em enfermagem. São R$ 350 por mês que ela divide com a filha. Para dona Evanda, o ganho foi ainda maior. Ela conta que, com a ajuda das lagartas, se livrou da depressão.
“É uma terapia. Se você tem algum problema de estresse, você passa a criar ela, você já tem mais alguma coisa para fazer no dia a dia a dia. Aí você pode até melhorar, esquece essa depressão”, diz a auxiliar de serviços gerais Evanda Francisca da Silva.
Um ser vivo que às vezes mais parece uma joia. Já de volta ao borboletário, as crisálidas ficam adormecidas só esperando a hora de virarem borboletas. Uma vida que dura em média apenas um mês. E seu João, pai do borboletário, ajuda. Nada como um pouquinho de mel para elas ficarem mais fortes.
Seu João, de certa forma, também teve uma transformação na vida dele. Ele já foi peão de comitiva, que leva o gado até as partes mais altas do Pantanal na época de cheia, e foi ainda domador de cavalo chucro. Agora ele trabalha com as borboletas. Ele conta que foi uma mudança radical.
“Chamou a atenção até da minha família. Na época que eu liguei para a minha mãe, ela achou que trabalhar com borboleta era coisa de boiola”, ri. “Para mim foi uma mudança grande. A partir do momento que passei a conhecer os bichos, esse mito acabou. Eu troquei a força por delicadeza.”
Uma delicadeza que transforma e contagia.
“Para falar a verdade, eu me sinto um pai das borboletas aqui dentro, porque desde o começo da vida delas eu que começo a manipulação. É tudo comigo: coletar os ovos, o nascimento, o tratamento das lagartas”, lista.
São 14 espécies de borboletas. Cada uma com características bem diferentes. A olho-de-coruja não precisa nem de apresentação. A carijó, para se defender, procura sempre um tronco de árvore. Tem o dom de se camuflar. De aparência delicada, a ascia é também conhecida como a borboleta da couve. Já as monarcas, com suas asas cor de laranja e preta, são famosas pelas longas viagens. Vieram da América do Norte.
Mas seu João aprecia mesmo é a forma como elas se transformam. “Desde criança, eu ouvia falar na metamorfose e eu sonhava conhecer o que é uma metamorfose.”
A reprodução das borboletas bem longe dos predadores é a garantia de preservação das espécies nativas. Quem entra na casa delas pode contemplar insetos bem de pertinho.
Quando o assunto é reprodução, elas são bem parecidas. “É uma copulação de duas horas, mais ou menos, dependendo da espécie. Uma delas chega a uma hora. Uma hora grudado. Se puxar, rebenta”, diz seu João.
Elas ficam quietinhas e encaixadinhas. Não se desgrudam de jeito nenhum. Não se deixam atrapalhar nem quando têm companhia. A etapa seguinte acontece quando elas põem os ovinhos. Tão pequenos, que nem sempre resistem. Elas preferem colocar os ovos na parte debaixo da folha, onde eles ficam mais escondidos, como estratégia de defesa.
A maior parte dos ovinhos vai parar na casa das 25 famílias que participam de um projeto do borboletário. É uma alternativa de renda para pessoas como dona Maria Laurinda e dona Evanda. Elas construíram até pequenos criadouros, onde os ovos se transformam em lagartas e depois em casulos. Só então as crisálidas voltam ao borboletário.
Elas são inofensivas. E cada espécie também tem seu próprio tempo para virar casulo e ficar fechadinha.
Há sete anos criando as lagartas, o dinheiro do projeto já ajudou dona Maria Laurinda a se formar em técnica em enfermagem. São R$ 350 por mês que ela divide com a filha. Para dona Evanda, o ganho foi ainda maior. Ela conta que, com a ajuda das lagartas, se livrou da depressão.
“É uma terapia. Se você tem algum problema de estresse, você passa a criar ela, você já tem mais alguma coisa para fazer no dia a dia a dia. Aí você pode até melhorar, esquece essa depressão”, diz a auxiliar de serviços gerais Evanda Francisca da Silva.
Um ser vivo que às vezes mais parece uma joia. Já de volta ao borboletário, as crisálidas ficam adormecidas só esperando a hora de virarem borboletas. Uma vida que dura em média apenas um mês. E seu João, pai do borboletário, ajuda. Nada como um pouquinho de mel para elas ficarem mais fortes.
Seu João, de certa forma, também teve uma transformação na vida dele. Ele já foi peão de comitiva, que leva o gado até as partes mais altas do Pantanal na época de cheia, e foi ainda domador de cavalo chucro. Agora ele trabalha com as borboletas. Ele conta que foi uma mudança radical.
“Chamou a atenção até da minha família. Na época que eu liguei para a minha mãe, ela achou que trabalhar com borboleta era coisa de boiola”, ri. “Para mim foi uma mudança grande. A partir do momento que passei a conhecer os bichos, esse mito acabou. Eu troquei a força por delicadeza.”
Uma delicadeza que transforma e contagia.
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