Saindo um pouco do meu foco para um alerta.
Como
já é sabido, a misteriosa mortandade de abelhas que polinizam US $ 30 bilhões em
cultura só nos EUA dizimou a população de Apis mellifera na América do
Norte, e apenas um inverno ruim poderá deixar os campos improdutíveis. Agora, um
novo estudo identificou algumas das prováveis causas da morte das abelhas, e
os resultados bastante assustadores mostram que evitar o Armagedom das abelhas
será muito mais difícil do que se pensava anteriormente.
As
vendas de fungicidas cresceram mais de 30% e as vendas de inseticidas também
cresceram significativamente no Brasil durante o primeiro trimestre de 2013.
Divulgou a suíça Syngenta, uma das maiores empresas de agroquímicos e sementes
do mundo. Crédito:
Ben Margot/AP
Os
cientistas tinham dificuldade em encontrar o gatilho para a chamada Colony
Collapse Disorder (CCD), (Desordem do Colapso das Colônias, em
inglês), que
dizimou cerca de 10 milhões de colmeias, no valor de US $ 2 bilhões, nos últimos
seis anos. Os suspeitos incluem agrotóxicos, parasitas transmissores de doenças
e má nutrição. Mas, em um estudo inédito publicado este mês na revista PLoS ONE,
os cientistas da Universidade de Maryland e do Departamento de Agricultura dos
EUA identificaram um caldeirão de pesticidas e fungicidas contaminando o pólen
recolhido pelas abelhas para alimentarem suas colmeias. Os resultados abrem
novos caminhos para sabermos porque um grande número de abelhas está morrendo e
a causa específica da DCC, que mata a colmeia inteira
simultaneamente.
Quando
os pesquisadores coletaram pólen de colmeias que fazem a polinização de
cranberry, melancia e outras culturas, e alimentaram abelhas saudáveis, essas
abelhas mostraram um declínio significativo na capacidade de resistir à infecção
por um parasita chamado Nosema ceranae.
O parasita tem sido relacionado a Desordem
do Colapso das Colônias (DCC), embora os cientistas sejam cautelosos ao
salientar que as conclusões não vinculam diretamente os pesticidas a DCC. O
pólen foi contaminado, em média, por nove pesticidas e fungicidas diferentes,
contudo os cientistas já descobriram 21 agrotóxicos em uma única amostra. Sendo
oito deles associados ao maior risco de infecção pelo parasita.
O
mais preocupante, as abelhas que comem pólen contaminado com fungicidas tiveram
três vezes mais chances de serem infectadas pelo parasita. Amplamente
utilizados, pensávamos que os fungicidas fossem inofensivos para as abelhas, já
que são concebidos para matar fungos, não insetos, em culturas como a de
maçã.
"Há
evidências crescentes de que os fungicidas podem estar afetando as abelhas
diretamente e eu acho que fica evidente a necessidade de reavaliarmos a forma
como rotulamos esses produtos químicos agrícolas", disse Dennis vanEngelsdorp,
autor principal do estudo.
Os
rótulos dos agrotóxicos alertam os agricultores para não pulverizarem quando
existem abelhas polinizadoras na vizinhança, mas essas precauções não são
aplicadas aos fungicidas.
As
populações de abelhas estão tão baixas que os EUA agora tem 60% das colônias
sobreviventes do país apenas para polinizar uma cultura de amêndoas na
Califórnia. E isso não é um problema apenas da costa oeste americana - a
Califórnia fornece 80% das amêndoas do mundo, um mercado de US $ 4
bilhões.
Nos
últimos anos, uma classe de substâncias químicas chamadas neonicotinóides tem sido associada à morte de
abelhas e em abril os órgãos reguladores proibiram o uso do inseticida por dois
anos na Europa, onde as populações de abelhas também despencaram. Mas Dennis
vanEngelsdorp, um cientista assistente de pesquisa na Universidade de Maryland,
diz que o novo estudo mostra que a interação de vários agrotóxicos está afetando
a saúde das abelhas.
"A
questão dos agrotóxicos em si é muito mais complexa do acreditávamos ser", diz
ele. "É muito mais complicado do que apenas um produto, significando
naturalmente que a solução não está em apenas proibir uma classe de
produtos."
O
estudo descobriu outra complicação nos esforços para salvar as abelhas: as
abelhas norte-americanas, que são descendentes de abelhas europeias, não trazem
para casa o pólen das culturas nativas norte-americanas, mas coletam de ervas
daninhas e flores silvestres próximas. O pólen dessas plantas, no entanto,
também estava contaminado com pesticidas, mesmo não sendo alvo de
pulverização.
"Não
está claro se os pesticidas estão se dispersando sobre essas plantas, mas
precisamos ter um novo olhar sobre as práticas de pulverização agrícola", diz
vanEngelsdorp.
Fonte: Quartz News
O amigo André Luis Lopes, conclui:
ResponderExcluirAssustador e complexo, será um desafio monstruoso já que irá exigir a compreensão da complexidade do assunto por um grande número de pessoas e vai depender de uma ação conjunta de todos em um prazo curto de tempo. Este assunto precisa ser levado ao público geral e deve ter a importância que merece o risco de uma catástrofe é real.