quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Relatório mostra que número de borboletas que vivem em campos abertos diminuiu pela metade nos últimos 20 anos.


Duas espécies de borboletas brasileiras estão entre os 100 animais mais ameaçados do mundo. São a Actinote zikani, da Mata Atlântica de São Paulo, e a Parides burchellanus,

 Actinote zikani.


Parides sp.


Um relatório da Agência Europeia de Meio Ambiente indicou que o número de borboletas que vivem em campos abertos diminuiu pela metade nos últimos 20 anos, na Europa. A constatação é considerada preocupante pela agência, uma vez que as borboletas são insetos polinizadores, essenciais para a biodiversidade.


Das 17 espécies de 19 países analisadas, oito apresentam queda das populaçéoes, duas estão estáveis e apenas uma aumenta. Para as outras seis, a tendência ainda é incerta.
Na França, a organização Noé Conservation, em parceria com o Museu da História Natural de Paris, criou um observatório para avaliar o comportamento das borboletas. Florent Planas, diretor de Programas da organização ambiental, explica são as ações do homem que causam impactos nos ecossistemas. “Especificamente sobre as borboletas, um dos maiores problemas é a intensificação da agricultura em campos abertos. E nas regiões montanhosas ou úmidas, a razão principal é o abandono da agricultura extensiva, quando os campos são cobertos por florestas menos favoráveis ao aparecimento das borboletas”, afirma.
Outro fator importante é que a maioria das borboletas são noturnas, e o homem raramente respeita esta condição de vida deste e outros insetos. “Mais de 5.200 borboletas são espécies noturnas, e apenas 257 diurnas. Percebemos então o quanto é necessário readaptar a iluminação para preservar a biodiversidade, porque o que vale para as borboletas, vale para todos os outros animais e insetos”, disse.

Parides sp.

Situação no Brasil
No Brasil, a situação é menos alarmante, mas nem por isso confortável. Não existem estudos que avaliem a situação das populações de borboletas no país, mas o desmatamento tem afetado os ecossistemas nos últimos 80 anos. O pesquisador André Freitas, do Instituto de Zoologia da Unicamp, é especialista em borboletas e afirma que existem entre 50 e 60 espécies ameaçadas.
“Destas, 90% são da Mata Atlântica, que foi a região que mais sofreu com desmatamento. Muitas migram para outros habitats, mas não significa que elas conseguirão se adaptar”, observou.
Duas espécies de borboletas brasileiras estão entre os 100 animais mais ameaçados do mundo. São a Actinote zikani, da Mata Atlântica de São Paulo, e a Parides burchellanus, do Cerrado.

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