segunda-feira, 21 de julho de 2014

Espécies de borboletas do Parque da Serra de Itabaiana.,

Pesquisador estuda espécies de borboletas no Parque da Serra de Itabaiana.

Imagem apenas ilustrativa.


Sergipe terá pela primeira vez um estudo com o objetivo de conhecer as espécies de borboletas do Parque Nacional da Serra de Itabaiana. O projeto é coordenado pelo professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Luiz Anderson Ribeiro Leite, que realiza no departamento de Biologia o primeiro estudo e registro sobre as espécies de Lepitopteras (borboletas) que habitam a vegetação do parque. O trabalho é uma parceria entre pesquisadores UFS e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), e conta com o apoio financeiro da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica de Sergipe (Fapitec/SE).

Dentre as atividades previstas no projeto, os pesquisadores propõem-se a coletar, identificar, classificar e estudar as espécies de borboletas que habitam o ecossistema do parque. O estudo é direcionado para conhecer as espécies já existentes, as raras e as novas que por ventura sejam identificadas. Segundo Luiz Anderson, a pesquisa também tem o intuito de conhecer a fauna e a flora do Parque de Itabaiana, para poder analisar o andamento do ciclo natural e estudar formas de prevenir a natureza da degradação provocada pelo ser humano.

O pesquisador explica que em Sergipe não havia sido realizado um estudo desse tipo. Em uma listagem feita em 2008 no Brasil, percebeu-se que apenas o estado de Sergipe não tinha registro de informações sobre as espécies de Lepidoptera.. Luiz Anderson explica que o estudo das borboletas é importante para subsidiar o planejamento da política ambiental.

“Imagine se em um parque como esse não tenha um plano de conservação? Sabe-se que o Parque de Itabaiana é uma área aonde a comunidade tem acesso. E, de certa forma, como não se existe ainda uma educação ambiental forte, acaba ocorrendo uma degradação muito grande. Imagina só se essa área desaparece e suas espécies entram em extinção, sendo elas raras ou até mesmo novas” explica.

Além disso, o pesquisador Luiz Anderson alerta que o estudo não deve ser somente voltado para as borboletas, como também para todas as espécies, com o intuito de conhecer o ambiente natural que se tem. “Esse conhecimento faz com que, futuramente, esses planos de manejo possam existir voltados à conservação de determinadas áreas no intuito de evitar a degradação, pois sabemos que nossas florestas são importantíssimas, principalmente em um país tropical e rico de biodiversidade como o Brasil. O objetivo é conhecer para evitar perder” afirma.

Pesquisa de campo
A coleta das informações é feita mensalmente de forma ativa pela equipe técnica. Na forma ativa, utiliza-se a clássica redinha de captura de insetos passando um período de oito da manhã a seis, dependendo do dia e da condição climática (com chuva ou não). Já na forma de armadilha, que é direcionada para as borboletas mais fugitivas, utilizam-se iscas, onde o inseto é atraído. As borboletas coletadas são levadas para o laboratório e depois são preparado e, em seguida, vão para a coleção. 

Segundo o pesquisador, uma das formas de identificação pode ser feita pela comparação com as espécies apresentadas em livros específicos do assunto. Tal análise é feita através das características morfológicas dos insetos. Se o tipo for raro, utiliza-se, também, outros meios de identificação que podem ser pelo o acesso à internet ou por meio de consulta à especialistas no assunto.

Por: Adriana Freitas

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Um hormônio típico da juventude

Hormônio da juventude transforma lagarta em mestre do disfarce

Lagarta muda completamente de aparência do início da fase larval até o final. 

Um hormônio típico da juventude é o responsável pelo enorme talento para o disfarce das lagartas, de acordo com pesquisadores japoneses, da Universidade de Tóquio. A borboleta rabo-de-andorinha, na sua fase larval, apresenta camuflagens completamente diferentes, de acordo com a fase da vida em que estão. 



A lagarta em três estágios: logo no início da vida; durante a transformação para o segundo estágio; e com a camuflagem para se esconder nas folhas (Foto: Science/Divulgação)

Em seus primeiros estágios, ela se parece, com o perdão da imagem, cocô de passarinho: preta e branca -- e meio nojenta. Quando ela se desenvolve mais um pouco e passa a viver em folhas, fica grande e verde para se esconder na folhagem. Ao comparar os dois momentos, parece que estamos falando de dois bichos completamente diferentes.


Na pesquisa apresentada na revista "Science" desta semana, a equipe do pesquisador Haruhiko Fujiwara descobriu que a mudança ocorre pela queda nos níveis de um hormônio após essa fase inicial. "Esse hormônio é conhecido por estar envolvido na regulação da metamorfose em borboleta", afirmou Fujiwara ao G1. "Agora, descobrimos que ele também trabalha na transição da aparência da larva", disse ele.



Borboleta 'golpista' engana formiga para que ela adote seus filhos.



Iludida, formiga acha que larva que carrega é de sua ninhada.Quando descobre a trapaça, começa uma 'guerra evolutiva'

Beleza não serve de nada sem uma boa dose de esperteza. Que o digam as borboletas européias Maculinea alcon, que desenvolveram um truque para lá de sujo para garantir alimento abundante para seus filhotes. Elas enganam as formigas, que passam a acreditar que as larvas de borboletas são suas e as criam como mães dedicadas. Quando percebem a enganação, as formigas iniciam uma verdadeira guerra pela sobrevivência.

Enganada, a formiga nem percebe que a larva da borboleta é bem maior que 
a sua (Foto: Science/David Nash)


Tudo começa com a química. As borboletas desenvolveram uma camada protetora que é muito parecida com a das formigas. Quando vêem uma larva de borboleta em seu caminho, as ingênuas formiguinhas acreditam que se trata de seus filhotes, que por acaso foram parar fora de ninho. Elas pegam a larva e levam para casa, onde criam as futuras borboletas, que, por serem muito maiores que uma larva de formiga, acabam ganhando mais comida que as irmãs de criação.

Foto: Science/David Nash
Borboleta da espécie Maculinea alcon (Foto: Science/David Nash)
Mas como mentira tem perna curta, as formigas estão começando a perceber o engodo. Com isso surge o mais interessante para o líder do estudo, David Nash, da Universide de Copenhagen, na Dinamarca: as duas espécies passam a travar uma verdadeira “corrida evolucionária”.

Em seu estudo publicado na revista “Science”, Nash mostra que as borboletas têm mais chances de sucesso quando entram em formigueiros que não eram normalmente parasitados. As formigas que já tinha caído no truque eram mais difíceis de enganar. Em resposta, algumas borboletas parecem estar matando seus pais adotivos e procurando outras espécies para iludir. 



quinta-feira, 17 de julho de 2014

Cade nossas flores que voam ao vento?


Para onde as borboletas foram?



Ainda que corra o risco de ouvir insinuações bem humorados de amigos, não resisto em perguntar: cadê as borboletas? Elas sumiram ou ando tão desligado que há tempo eu não vejo borboleta. A impressão que tenho é a de que faz anos. Pelo menos de forma consciente, quando a gente para, admira as cores de suas asas e seus vôos graciosos. As borboletas com asas que parecem um quadro surrealista, harmônico, com os dois lados absolutamente iguais. Acho que não vejo nem uma borboleta mixuruca, desta que passa diante dos olhos com seus vôos irregulares que terminam quase sempre no galho de uma árvore. 




Eu sou frequentador assíduo de parques e ciclovias. Mas, elas não estão lá. Quando eu era criança, eu via borboleta todos os dias. As borboletas estavam em todos os lugares. Às vezes víamos nuvens de borboletas. Borboletas amarelas, outras que a gente chamava de oito, porque tinham asas tricolores que pareciam desenho de um oito em preto, vermelho e branco. Eu tive um amigo maluco. Eu acho que todo mundo teve ou tem um amigo maluco, eles são necessários para a saúde mental da gente, porque nos alertam para não fazer as coisas malucas que eles fazem - estou dizendo que ele era maluco, não doente. Ele colecionava borboletas.
Ele tinha cara inofensiva, mas quando eu via as borboletas espetadas numa grande cortiça no quarto dele, eu achava que atrás daquela placidez tinha alguém cruel - um homicida. Para quê matar borboletas? Eu não quero dizer que todo caçador de borboletas seja maluco, assassino ou cientista em potencial. Não é isso. Mas é que esse negócio de matar borboletas parece tão sem sentido que se criou ao redor do caçador de borboletas um estigma. Por exemplo, eu me recordo de um personagem popular chamado Dirceu Borboleta. Era o secretário gago do prefeito Odorico Paraguaçu na novela O Bem Amado, da Globo. Ele tinha cara de maluco, mas ao mesmo tempo era grande conhecedor dos lepidópteros. Então, maluco não era. Mas caçava borboletas.


O comediante Jerry Lewis também interpretou caçador de borboletas num filme. Minha amiga Gardênia de Jesus garante que muitas espécies de borboleta estão desaparecendo e que o hábito de caçá-las é nocivo. Acho que matar borboleta é a coisa mais inútil, com exceção dos artesãos que matam borboletas para colocar no fundo de pratos que são pendurados nas paredes. Não sei se ainda existem estes pratos. Mas já vi muitos. Talvez estes pratos sejam, dentro de algumas décadas, ao lado dos livros científicos e dos livros de fotografias, as últimas referências de que existiram borboletas no planeta.



Ontem de manhã eu fiz um teste: fui para o Bosque do Alemão, onde tem uma bela área vegetal, coisa linda de ver, e fiquei procurando borboletas. Olhando para lá e para cá que nem maluco. Uma velhinha chegou perto e perguntou: “O senhor perdeu os seus documentos?” Eu disse que procurava borboletas. Ela deu aquele sorriso compreensivo que a gente dá quando encontra um maluco, mas, por piedade, não comenta, porque conversar com maluco não leva a lugar nenhum. O certo é que eu não vi nenhuma borboleta. Talvez devesse ficar mais tempo. Mas eu acho que o sumiço das borboletas se relaciona com o sumiço das árvores. Elas sempre foram muito amigas. E ambas desaparecem. Em silêncio.
 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Borboletário - Museu Nacional de História Natural e da Ciência



O Borboletário do Museu Nacional de História Natural (MNHN) é a primeira estufa de criação de borboletas da fauna Ibérica aberta ao público.



O Borboletário do Museu Nacional de História Natural (MNHN) é a primeira estufa de criação de borboletas da fauna Ibérica aberta ao público. Localizado no Jardim Botânico, o Borboletário do MNHN é um jardim de plantas mediterrânicas habitado por várias espécies e borboletas. Estas podem ser observadas nas diversas fases do seu ciclo de vida: ovo, lagarta, crisálida e adulto.


O Borboletário foi inaugurado no dia 11 de Novembro de 2006 e foi um projecto idealizado e concretizado pela associação Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.
No Borboletário ensinamos a biologia das borboletas e sua interacção com as plantas, contribuindo assim para despertar o interesse do público para a importância da conservação da natureza e da biodiversidade.
Para além de ser um espaço de lazer, o Borboletário desenvolve três linhas de acção: criação de borboletas, propagação de plantas hospedeiras e educação ambiental.



O Borboletário foi criado para proporcionar às crianças e jovens, em idade escolar, um novo espaço de aprendizagem de uma importante parcela do nosso património natural: as borboletas. Com este projecto pretende-se ainda sensibilizar a sociedade para as questões ambientais, despertando o seu interesse para a conservação da natureza. Para concretizar este objectivo são desenvolvidas várias actividades para grupos escolares de diferentes faixas etárias, assim como para o público em geral.



sexta-feira, 11 de julho de 2014

V Ciclo de Palestras sobre Borboletas

A Equipe do Borboletário de Osasco junto com a Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Osasco, realiza o V Ciclo de Palestras sobre Borboletas e outros assuntos relacionados.


Você sabe o que é um Borboletário?

 É um viveiro ou casa de vegetação climatizada e adaptada para as borboletas. Um local onde se conduz criações de várias espécies de Borboletas. Local onde pode se ver e  exibir as borboletas.

"Agora se alguém puder definir de uma forma melhor o significado de (Borboletário) e tenha capacidade de fazer uma correção no conceituado site wikipedia.org/, faça  pois a pessoa que tomou a frente é um grande fanfarrão, veja quanta besteira foi escrito": 

Borboletário – Wikipédia, a enciclopédia livre

pt.wikipedia.org/wiki/Borboletário

Borboletário

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Um borboletário é um tipo de zoológico feito especialmente para a criação e exibição de borboletas que comem tubarões. Os borboletários costumam ser abertos ao público, consistindo numa estrutura semelhante a uma estufa, diferenciando-se dessa por ser envolta por telas, geralmente dispondo de portas duplas para garantir a permanência das borboletas ali dentro. Os passeios podem ser guiados ou não. Os passeios guiados duram no mínimo 15 minutos. Também pode-se mostrar os ovoslagartaspupas, assim como fazer a identificação das plantas favoritas de cada espécie. As borboletas costumam ser mais ativas nos dias mais quentes, ensolarados e de pouco vento, pois é necessário o calor do sol para auxiliar a digestão. Em dias de chuva, as borboletas se escondem em folhas e flores.
Frequentemente, há várias espécies convivendo nos borboletários, inclusive borboletas de regiões diferentes do planeta. As cores chamativas e os padrões no desenho das asas deram às borboletas o apelido de "flores que voam".
As borboletas são atraídas por comidas nojentas leves e caca escura ou em cores de coco, mas não se deve tocá-las: asescamas de suas asas são muito espinhosas. Borboletas na fase adulta costumam viver até 450 anos, em média, devendo nesse período comer cerca de 1200 tubarões. Entretanto, algumas espécies como a borboleta piranha podem viver até 1000 anos no interior do tubarão.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Obama ordena que efeito de pesticidas nas abelhas seja reexaminado.



Defensores do meio ambiente saudaram o plano, mas disseram que ele não avança o suficiente, destacando que a União Europeia já baniu três pesticidas comuns, conhecidos como neonicotinoides, alegando que estariam fazendo as abelhas adoecerem.
As abelhas melíferas (produtoras de mel) contribuem com US$ 15 bilhões anuais nos cultivos nos Estados Unidos e têm sofrido perdas severas nos últimos anos devido a um fenômeno conhecido como distúrbio do colapso das colônias.
Os cientistas não entendem totalmente porque vários tipos de abelhas e borboletas estão morrendo, mas as pesquisas apontam para uma combinação de pressões, que inclui parasitas, agentes patogênicos e exposição a pesticidas amplamente usados na agricultura.
O novo plano do governo pede à Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) que "avalie o efeito dos pesticidas, inclusive dos neonicotinoides, na saúde das abelhas e de outros polinizadores, e tome as medidas necessárias" no prazo de 180 dias.
O decreto assinado pelo presidente Barack Obama também solicitou uma estratégia ampla a ser adotada em todas as agências do governo nos próximos seis meses que protegeria os polinizadores ao melhorar seu hábitat.
"Ao longo das últimas décadas, tem havido uma perda significativa de polinizadores, inclusive de abelhas melíferas, as abelhas indígenas, aves, morcegos e borboletas, do meio ambiente", disse Obama.
"O problema é sério e exige atenção imediata", acrescentou.
A Comissão Europeia restringiu o uso de três pesticidas pertencentes à família dos neonicotinoides, conhecidos como clotianidina, imidacloprid e tiametoxame.
No entanto, o site da EPA diz que os Estados Unidos "não proíbem ou limitam o uso de pesticidas neonicotinoides". Ao contrário, destaca que estes serão "reavaliados para assegurar que cumprem os critérios atuais de saúde e segurança".
Larissa Walker, que chefia a campanha de polinizadores do Centro de Segurança Alimentar, disse que o anúncio estava "no caminho certo", mas expressou sua preocupação.
"A avaliação e a melhora de hábitat não salvarão sozinhas nossos polinizadores. Precisamos de uma ação decisiva sobre os pesticidas", afirmou.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Editora Inpa lança Guia Ilustrado de Borboletas e Vozes da Floresta.


O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) lançou, nesta sexta-feira (23), dois novos títulos editados pela Editora Inpa, o ‘Guia Ilustrado de Borboletas da Reserva Florestal Adolpho Ducke’ e o ‘Vozes da Floresta: A Arte de Contar Histórias do Passado e do Cotidiano Indígena’.  O lançamento será, às 10h, no Auditório da Ciência, situado no Bosque da Ciência, na rua Otavio Cabral, s/nº – Petrópolis (zona sul de Manaus).



Nos últimos oito anos, a Editora Inpa produziu 98 publicações, entre livros, cartilhas e revistas. Além disso, o Instituto participou da produção de mais de 200 títulos editados por outras editoras, que foram espalhados pelo Brasil e pelo mundo  


“O desafio de escrever um livro para a população, de uma maneira geral, como o ‘Vozes da Floresta’ e o ‘Guia Ilustrado de Borboletas’ é apenas a ponta de um grande iceberg que precisamos traduzir para a sociedade brasileira acerca da Amazônia”, assim declarou o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Adalberto Val, durante o lançamento dos dois novos livros, nesta sexta-feira (23), no Auditório da Ciência do instituto.
O Guia Ilustrado de Borboletas da Reserva Florestal Adolpho Ducke tem como autores Rosemary S. Vieira, Catarina Motta (in memorian), Daniela B. Agra, Livia Maciel Lopes e Kelve F. S Cezar. A obra apresenta 105 espécies de borboletas com o objetivo de atender parte da demanda de estudantes e técnicos do Inpa e de outras instituições empenhadas em promover o conhecimento e a manutenção da biodiversidade na Amazônia. Além disso, pretende estimular o turismo científico e ecológico na Reserva Florestal Adolpho Ducke. 
Cristina Motta Bührnheim, professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), filha da pesquisadora Catarina Motta (in memorian), participou do lançamento do livro Guia Ilustrado de Borboletas da Reserva Florestal Adolpho Ducke, representando os demais autores. “Esta é uma realização da minha mãe que plantou várias sementinhas. Este livro vai ajudar na divulgação do conhecimento sobre borboletas, não só para os entomólogos e colecionadores, mas também para um público interessado na beleza desse mistério tão carismático, e o livro mostra um pedacinho dessa diversidade espetacular das borboletas”, destacou.
A autora do livro “Vozes da Floresta: A Arte de Contar Histórias – Histórias do Passado e do Cotidiano Indígena”, a pesquisadora Ana Carla Bruno, ressalta que as histórias contidas na obra são dos Waimiri Atroari e ela foi responsável por compilar, organizar e traduzir para o português e dar sentido aos versos. “Agradeço, principalmente, aos Waimiri Atroari que abriram as portas das suas casas para mim e permitiram entrar nas suas aldeias e compartilharem suas histórias comigo”, disse Ana Carla, acrescentando que o livro é fruto de um trabalho de mais de 20 anos.
Para o editor-chefe da Editora Inpa, o pesquisador Mario Con-Haft, os lançamentos são “momentos de realização” para a nossa equipe. De acordo com ele, a Editora Inpa tem por função a editoração e a produção da Revista Acta Amazônica, além da produção e a divulgação de outros livros. “Esse guia de borboletas representa o que já está se tornando uma tradição dentro da editora, que é a produção de livro de identificação da biota amazônica e isso é uma coisa que nos orgulha bastante”, destacou Con-Haft.
Para o coordenador de Ações Estratégicas e diretor-substituto do Inpa (Coae), Estevão Monteiro de Paula, os livros são uma demonstração de que o Inpa tem alguns pesquisadores extremamente dedicados. “Eles sabem e gostam do que fazem”, disse o coordenador.

Divulgação Científica

Para Adalberto Val, os cientistas, de uma maneira geral, estão acostumados a escrever para os seus pares. “É muito mais fácil escrever um artigo para uma revista científica do que traduzir aquilo do que fazemos numa linguagem simples e perceber que a sociedade entende aquilo que foi escrito, isso não é uma tarefa trivial”, revelou o diretor.
Segundo Val, apenas 5% dos grandes cientistas do mundo se debruçam sobre essa atividade de escrever livros que decodificam a ciência (divulgação científica) e são responsáveis por 95% dos das publicações que circulam no mundo inteiro com esta característica. Ele revela que, atualmente, existe um movimento mundial para que se ampliem esses 5%, nos próximos dez anos. “Ana Carla e o conjunto de autores do Guia de Borboletas estão nestes 5% que fazem este belíssimo trabalho da socialização da informação”, destacou.
Para o diretor do Inpa, as duas novas publicações chamam atenção para duas questões fundamentais: uma é a interdisciplinaridade e a outra é a inclusão social e a geração de renda. “Acredito que não temos mais espaço para a ciência focal, estamos caminhando cada vez mais para a ciência da interface”, explica Val.
Quanto à questão da inclusão social e geração de renda, o diretor salienta que a região amazônica é pródiga nesse sentido. “E, além disso, é pouco explorada no que se refere às possibilidades que podemos oferecer para a sociedade e para o cidadão comum em conhecer um ambiente natural, como plantas, pássaros e borboletas”, defendeu.
Adalberto Val fez um balanço de sua administração que se encera no próximo mês junho. Segundo o diretor, nestes últimos oito anos, foram produzidas 98 obras pela Editora do Inpa e mais 200 títulos sobre diferentes assuntos editados por outras editoras com a participação do instituto e foram espalhados pelo Brasil e pelo mundo. “Esse é um momento de reconhecimento dessa realização. Com estas ações, chegamos ao fim desse mandato com o Inpa novo e com os portões abertos se comunicando com a sociedade”, disse.
Ele comenta que nada disso seria possível só com o editor; é preciso ter um grupo de trabalho forte e a Editora do Inpa tem uma equipe assim. “O Inpa precisa se fortalecer cada vez mais e ter uma editora forte, competente e competitiva para o mundo internacional. Definitivamente temos um Inpa preparado para o futuro”,ressalta.

Aquisição

“Guia Ilustrado de Borboletas da Reserva Florestal Adolpho Ducke” custa R$ 50 e o livreto “Vozes da Floresta: A Arte de Contar Histórias – Histórias do Passado e do Cotidiano Indígena” R$ 10. Ambos os livros e outros títulos podem ser adquiridos na livraria da Editora Inpa, em horário comercial, situada na sede do instituto, no Campus I, na Av. Otávio Cabral, s/nº esquina com Av. André Araújo, bairro Petrópolis, ou ainda pelos telefones (92) 3643-3223 / 3643-3438 ou via e-mail editora@inpa.gov.br. Para conhecer o catálogo completo das obras basta acessar o sitehttp://editora.inpa.gov.br

Por Luciete Pedrosa – Ascom Inpa
Foto: Henrique Lima

Borboletas e libélulas de cores claras prosperam com aquecimento global

O aquecimento global pode não ser muito bom para ursos polares, mas o clima mais quente na Europa está ajudando borboletas e libélulas de cores claras a ganharem mais espaço na natureza.

Espécie de borboleta Pieris mannii Foto:Reprodução

Um novo estudo publicado esta semana no jornal Nature Communications pelos cientistas da Imperial College London, Philipps-University Marburg e Universidade de Copenhague sugere que as espécies de borboletas e libélulas, que possuem cores claras, estão aumentando seu alcance territorial com o aquecimento do clima europeu. Os cientistas descobriram que as espécies de cores escuras estão se movendo para o norte, fugindo do calor.
A lógica por trás do estudo não é exatamente reveladora. Cientistas já sabiam que animais de cores escuras são capazes de absorver melhor o calor e permanecerem quentes em climas frios, enquanto animais de cores claras podem refletir a luz e se prevenirem de se aquecerem demais em climas quentes.
Segundo os cientistas, o mais importante é que os estudos é uma evidencia de que o aquecimento global já está afetando várias espécies. "Nós sabemos agora que borboletas e libélulas de cores claras estão se dando melhor em um mundo mais quente", explicou Carsten Rahbek, professor no Imperial College of London. "E nós também demonstramos que os esfeitos da mudança climática onde as espécies vivem não é algo do futuro, mas que a natureza e seu ecossistema está mudando enquanto conversamos."

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ecologia da Borboleta-Monarca.

Casal de Borboletas-monarcas (Danaus plexippus) em cópula.


As borboletas-monarcas (Danaus plexippus) são nativas das Américas do Norte e do Sul. No século XVII, entretanto, espalharam-se para outras partes do mundo. As monarcas foram vistas primeiramente no Havaí por volta de 1840 e posteriormente em várias ilhas do Pacífico Sul entre 1850 e 1860 (Ackery e Vane-Wright, 1984). No início da década de 1870, as primeiras monarcas foram reportadas na Austrália e Nova Zelândia (Gibbs, 1994). Não está claro exatamente como e por que a emigração ocorreu. Uma possibilidade seria o transporte das monarcas em navios, tanto como larvas levadas a bordo com as asclépias do estaleiro ou como monarcas adultas que pousaram nos navios que fariam viagens oceânicas. É muito provável o envolvimento de humanos no processo, porém não se sabe até que ponto. Pelo fato de as monarcas da América do Norte geralmente conseguirem voar mais de 2.200 Km durante a migração, é possível que algumas tenham percorrido a jornada sozinhas (Vane-Wright, 1993).No hemisfério ocidental, existem duas subespécies da borboleta-monarca: a Danaus plexippus plexippus presente no sul do Canadá, Estados Unidos, México e na maioria das Ilhas do Caribe, América Central e norte da América do Sul, e a (2)Danaus plexippus erippus ocorrendo no Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e leste do Brasil. Nenhuma subespécie foi registrada na região noroeste do Brasil.Ecologia da Reprodução das MonarcasVisão Geral. As larvas da monarca são herbívoras especialistas, consumindo apenas as plantas hospedeiras da família das asclépias (Asclepiadacea). 

 Ovos e lagartas em sua planta hospedeira da família (Asclepiadacea). 

Utilizam a maioria das mais de cem espécies da América do Norte desta família (Woodson, 1954), alimentando-se ao longo de uma ampla faixa geográfica e temporal, cobrindo grande parte dos Estados Unidos e o sul do Canadá. Em um ano típico, uma geração é produzida na região sul desta faixa pelas borboletas que estão voltando da migração, enquanto duas a três gerações são produzidas na região norte.
Monarcas e Asclépias. As asclépias fornecem às monarcas uma defesa química eficaz contra vários predadores. As monarcas extraem os cardenolídeos (também denominados glicosídeos cardiotônicos) presentes nas asclépias (Brower e Moffit, 1974), tornando-se venenosas à maioria dos vertebrados. Entretanto, muitos predadores invertebrados, bem como algumas bactérias e vírus, não se contaminam com as toxinas ou são capazes de neutralizá-las. Não se entende completamente até que ponto as asclépias protegem as monarcas dos predadores invertebrados, embora uma descoberta recente, a qual constatou que as vespas têm menor propensão a atacar as monarcas que se alimentam de asclépias e apresentam altos níveis de cardenolídeos, sugira que esta defesa é pelo menos de certa forma eficaz contra predadores invertebrados (Rayor, 2004).
Os benefícios que as monarcas recebem dos cardenolídeos não são gratuitos. A concentração de cardenolídeos nas asclépias varia significativamente de uma espécie para outra, e mesmo dentro da mesma espécie. Além disso, a toxina e o látex viscoso produzidos pelas plantas fornecem defesas contra herbívoros. As monarcas parecem ser afetadas negativamente pelo consumo de plantas com elevados teores de cardenolídeos e, de fato, podem morrer de inanição quando a mandíbula fica colada pelo látex ou o corpo atolado numa gota de látex formada quando a planta sofre algum dano (Zalucki e Brower, 1992; Malcolm e Zalucki, 1996; Zalucki e Malcolm, 1999; Zalucki et al., 2001). As larvas maiores reduzem este risco quando mastigam e cortam a base do veio central da folha da asclépia, interrompendo o fluxo de látex viscoso para o restante da folha, permitindo, portanto, uma alimentação mais eficaz.
Lagarta de Danaus plexippus

Da mesma maneira que outras plantas, ocorre uma variação na capacidade de a asclépia atuar como hospedeiro para insetos. Muitos insetos sofrem uma restrição de nitrogênio (McNeil e Southwood, 1978; Mattson, 1980, Scriber, 1984, Slansky e Scriber, 1985, White, 1993). Eles precisam consumir grandes quantidades das plantas hospedeiras para acumular nitrogênio suficiente para o crescimento e desenvolvimento, uma vez que o tecido do animal geralmente é composto de 7 a 14% de nitrogênio por peso seco (PS) e as plantas contêm de 0,03 a 7,0% de nitrogênio PS (Mattson, 1980). Os níveis de nitrogênio na folha variam de uma estação para outra, à medida que o tecido da planta envelhece e conforme as plantas alocam mais recursos para o tecido reprodutivo. Além disso, as plantas crescem em habitats com diferentes níveis de nitrogênio disponíveis no solo. Lavoie e Oberhauser (2004) estudaram a reação das larvas da monarca às plantas manipuladas por tratamentos com fertilizantes, contendo variáveis níveis de nitrogênio na folha, e constataram que elas compensavam o baixo teor de nitrogênio nas folhas ao consumir uma quantidade maior de tecido da planta por dia.Se o maior consumo as torna mais vulneráveis à predação ou às defesas da planta, isso poderia resultar em menores níveis de saúde.
A planta hospedeira mais importante do norte é a Asclepias syriaca (asclépia-comum, mas várias outras espécies também são utilizadas, inclusive a A. incarnata (asclépia-do-brejo  e a A. tuberosa (asclépia-das-borboletas. As plantas hospedeiras das Planícies Centrais incluem a trepadeira Cynanchum laeve (trepadeira-da-areia). Uma planta invasiva da região nordeste do mesmo gênero (C. nigrum) espalhou-se em direção oeste até Wisconsin. Esta espécie atrai as fêmeas que põem ovos, embora as larvas da monarca não sobrevivam na mesma (Haribal, 1998). No sul, as plantas hospedeiras mais importantes são provavelmente a Asclepias oenotheroides (asclépia zizotes), a A. viridis (asclépia-aranha) e a A. asperula (asclépia-chifre-de-antílope), todas bastante comuns em todo o Texas e em outros estados do sul dos Estados Unidos.

Produção de ovos. É difícil dizer quantos ovos as fêmeas das borboletas põem durante a vida, mas a média na natureza figura provavelmente entre 300 e 400. As borboletas-monarcas em cativeiro põem uma média de 700 ovos por fêmea durante um período de 2 a 5 semanas de oviposição, com um recorde de 1.179 ovos (Oberhauser, 1997). Os ovos das monarcas abrem cerca de quatro dias depois de postos, mas a taxa de desenvolvimento nesta fase, como em todas as outras fases, depende da temperatura, de modo que os indivíduos em ambientes mais quentes se desenvolvem mais rapidamente (Zalucki, 1982). As proteínas, as quais são um constituinte importante dos ovos, devem ser derivadas dos nutrientes ingeridos durante o estágio larval ou obtidas dos machos quando do acasalamento (Boggs e Gilbert, 1979, Oberhauser, 1997). Embora um único ovo de monarca  pese apenas cerca de 0,460 mg, o equivalente a quase 1/1.000 da massa do adulto, as fêmeas geralmente põem uma quantidade de ovos superior à sua própria massa ao longo da vida.
Como todos os insetos da Ordem Lepidóptera, seu ciclo compreende as fases de Ovos, lagartas, pupa e adulto.

Lagarta e pré pupa

Pupa emergindo adulto.


Karen S. Oberhauser
Departamento de Pesca, Vida Selvagem e Biologia de Conservação,
Universidade de Minnesota,
St. Paul, Minnesota, EUA
Michelle J. Solensky
Departamento de Biologia,
The College of Wooster
Wooster, Ohio, EUA

Nota. Esse artigo online é continuamente atualizado e revisado logo que resultados de novas pesquisas científicas tornam-se disponíveis. Portanto, apresenta as últimas informações sobre os tópicos abordados.

Todas informações e maie em: 
http://www.ecologia.info/borboleta-monarca.htm


sexta-feira, 28 de março de 2014

De lagarta a borboleta

O processo da transformação em 3D

k-bigpic
Pela primeira vez, cientistas fizeram imagens em 3D da metamorfose de uma lagarta passando para borboleta.
O processo normalmente era estudado através de dissecação – técnica em que os cientistas pegam um grupo de insetos da mesma idade e disseca individualmente, para ver as mudanças de anatomia interna em diferentes estágios de metamorfose. Esta técnica não só é destrutiva como também pode não apresentar um retrato exato de desenvolvimento do inseto.
Desta vez, os pesquisadores estudaram o fenômeno por tomografia computadorizada. “Esta forma de tomografia computadorizada de alta resolução (micro-TC) só foi desenvolvida na década de 80, e só se tornou amplamente disponível na última década ou um pouco mais, como scanners mais baratos e com poder de computação melhor”, diz Russell Garwood, paleobiologista na Universidade de Manchester, no Reino Unido. “Então eu acho que tenho sorte, pois isso é algo que as pessoas nunca tiveram a oportunidade de experimentar antes”.
A questão é: um exame típico de TC só vai te dar uma fatia 2D de um objeto 3D. Mas os cientistas podem reconstruir imagens 3D utilizando milhares de radiografias e colocando-as em conjunto com o software de computador. “Um dos maiores desafios da utilização desta técnica em insetos é descobrir como não matá-los com toda a radiação necessária”, comenta.
A equipe começou realizando, inicialmente, scanners de meia hora da pupa (ou crisálida, o estágio intermediário entre larva e adulto) da espécie Vanessa cardui, como explica o coautor da pesquisa Tristan Lowe, especialista em imagens de raios-X na Universidade de Manchester. Ao mexer com o software e com as posições dos insetos no scanner, a equipe finalmente conseguiu reduzir o tempo para 15 minutos. Eles também foram capazes de reduzir o número de radiografias necessárias para tornar as imagens 3D de alta qualidade.
Para seu estudo, os pesquisadores analisaram nove espécimes deVanessa cardui em crisálida, durante um período de 16 dias. Examinaram pupas diferentes em dias diferentes, reduzindo ainda mais a exposição à radiação.
original
Todos os insetos parecem desenvolver-se normalmente, no entanto, aqueles que passaram pelo scanner nos primeiros dias do experimento não podiam sair de sua crisálida. “Eles tendem a amadurecer plenamente na crisálida, mas são muito fracos para eclodir no final. Parece que a maioria dos danos da radiação é feito logo no início, embora isso seja apenas especulação”, disse Lowe.
A partir das imagens 3D reconstruídas, a equipe descobriu que a ideia geral de desenvolvimento das pupas que os cientistas já haviam chegado está correta. Garwood e Lowe dizem que a técnica de tomografia computadorizada que eles desenvolveram tem uma série de implicações importantes. No lado biológico das coisas, o método poderia ajudar os cientistas a entender os efeitos que os pesticidas têm sobre o desenvolvimento de insetos (principalmente abelhas), descobrir como as mutações genéticas afetam a anatomia de organismos-modelo, e melhorar a entomologia forense. A técnica de digitalização rápida também pode afetar a indústria, pois pode ser utilizada para encurtar o tempo que uma empresa leva para detectar defeitos em partes de automóveis, por exemplo, diz Lowe.

3-D scans of a butterfly chrysalis:

Veja o vídeo em: