Livro reúne 44 espécies
de borboletas.
de borboletas.
Uma década de trabalho no campo revela detalhes de 44 espécies encontradas no Sul e Sudeste do Brasil
09/01/2011 - 12h35 . Atualizada em 09/01/2011 - 16h00
Rogério Verzignasse
Agência Anhangüera de Notícias | fale com o repórter
O trabalho no campo durou uma década. Mas a dupla foi perseverante. O técnico agrícola João Ângelo Cerignoni e o professor de agronomia Evoneo Berti Filho, pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, tiveram a ideia de publicar um livro sobre as espécies de borboleta comuns nas regiões Sudeste e Sul.
Eles descobriram que eram raras as pesquisas sobre o tema. A bibliografia disponível se preocupa basicamente em identificar espécies prejudiciais
às culturas agrícolas, aos produtores rurais. Pouco se sabia, por exemplo, sobre os hábitos das borboletas comuns, presentes em jardins e bosques. E sobre aquelas que, resistentes à degradação ambiental, espalham cores e delicadeza pelos ambientes cinzentos da cidade grande. Com as espécies classificadas e cadastradas, a dupla pretende orientar a formação de borboletários por todo o Interior.
Mas os dois pesquisadores, do Departamento de Entomologia da Esalq, não podiam imaginar as dificuldades que viriam pela frente. O sonhado borboletário do campus ainda não foi inaugurado. As estufas instaladas ao longo da década, pensadas para a produção em cativeiro das espécies, sempre dependeram das verbas que pingam e dos procedimentos burocráticos comuns às instituições públicas de ensino. Hoje, as estufas permanecem “loteadas” entre as faculdades de agronomia, biologia e engenharia florestal, que exploram o espaço para aulas práticas.
O viveiro específico das borboletas, em um terreno de seis metros por 12, até recebeu recursos para ser inaugurado. Foram investidos quase R$ 3 mil na instalação da tela de sombreamento, sapatas e estrutura de cabos galvanizados. Mas ainda falta o cultivo de plantas do projeto de ajardinamento. Não há borboletas voando por lá. “Talvez tenha no ano que vem”, diz Cerignoni, de 47 anos, que há 23 trabalha no laboratório.
A criação em cativeiro depende de um canto improvisado em uma das estufas emprestadas. Lá, Berti Filho e Cerignoni espalham plantas hospedeiras, para a postura de ovos e a alimentação das lagartas. Voam por ali dois casais das charmosas capitães-do-mato. Azuis, lindas, passam em voos rasantes sobre a cabeça de quem caminha por ali.
Pesquisadores João Ângelo Cerignoni e Evoneo Berti Filho .
Fotos: Dominique Torquato / AAN
Fotos: Dominique Torquato / AAN
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