segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PUBLICADO NO CORREIO POPULAR DE CAMPINAS NESTE DOMINGO

Livro reúne 44 espécies
de borboletas.


Uma década de trabalho no campo revela detalhes de 44 espécies encontradas no Sul e Sudeste do Brasil
09/01/2011 - 12h35 . Atualizada em 09/01/2011 - 16h00

Rogério Verzignasse
Agência Anhangüera de Notícias | fale com o repórter





 O trabalho no campo durou uma década. Mas a dupla foi perseverante. O técnico agrícola João Ângelo Cerignoni e o professor de agronomia Evoneo Berti Filho, pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, tiveram a ideia de publicar um livro sobre as espécies de borboleta comuns nas regiões Sudeste e Sul.
Eles descobriram que eram raras as pesquisas sobre o tema. A bibliografia disponível se preocupa basicamente em identificar espécies prejudiciais
às culturas agrícolas, aos produtores rurais. Pouco se sabia, por exemplo, sobre os hábitos das borboletas comuns, presentes em jardins e bosques. E sobre aquelas que, resistentes à degradação ambiental, espalham cores e delicadeza pelos ambientes cinzentos da cidade grande. Com as espécies classificadas e cadastradas, a dupla pretende orientar a formação de borboletários por todo o Interior. 

Mas os dois pesquisadores, do Departamento de Entomologia da Esalq, não podiam imaginar as dificuldades que viriam pela frente. O sonhado borboletário do campus ainda não foi inaugurado. As estufas instaladas ao longo da década, pensadas para a produção em cativeiro das espécies, sempre dependeram das verbas que pingam e dos procedimentos burocráticos comuns às instituições públicas de ensino. Hoje, as estufas permanecem “loteadas” entre as faculdades de agronomia, biologia e engenharia florestal, que exploram o espaço para aulas práticas.
O viveiro específico das borboletas, em um terreno de seis metros por 12, até recebeu recursos para ser inaugurado. Foram investidos quase R$ 3 mil na instalação da tela de sombreamento, sapatas e estrutura de cabos galvanizados. Mas ainda falta o cultivo de plantas do projeto de ajardinamento. Não há borboletas voando por lá. “Talvez tenha no ano que vem”, diz Cerignoni, de 47 anos, que há 23 trabalha no laboratório.
A criação em cativeiro depende de um canto improvisado em uma das estufas emprestadas. Lá, Berti Filho e Cerignoni espalham plantas hospedeiras, para a postura de ovos e a alimentação das lagartas. Voam por ali dois casais das charmosas capitães-do-mato. Azuis, lindas, passam em voos rasantes sobre a cabeça de quem caminha por ali.

LEIA MAIS NA EDIÇÃO IMPRESSA DO CORREIO POPULAR DE CAMPINAS SÃO PAULO, DESTE DOMINGO (09/01)


Pesquisadores João Ângelo Cerignoni e Evoneo Berti Filho .
Fotos: Dominique Torquato / AAN

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