quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

RESENHA DO EVENTO NO MUSEU DE ZOOLOGIA DA USP DO DIA 11/12/2010



A Migração da borboleta : YouTube- Criacionismo
Este video não fáz parte do trabalho postado.


Texto elaborado por:Rafael Arruda Nunes:




Fotos google imagens.

Explicou que algumas espécies de borboletas podem ser bons indicadores da saúde ambiental de um local,porém,a recíproca também é verdadeira,ou seja,algumas espécies de lepidópteros encontrados em determinado local,podem demonstrar o grau de degradação do mesmo,inferindo a má qualidade daquele ambiente. Desmistificando,assim,tal argumento generalista,propalado sem qualquer embasamento científico por alguns,somente para causar impacto emocional.
Discorreu sobre o número crítico de espécimes da Danaus plexippus para que a migração cesse futuramente. Aqui devemos lembrar que no ano de 2009,somente 25% das Monarcas chegaram para realizar a invernada no México. Infelizmente,tal número vem decrescendo ano a ano. Esperamos a reversão desta triste situação.
Apresentou-nos um exemplar do livro “The Last Monarch Butterfly-Conserving the Monarch Butterfly in a Brave New World”(foto da capa abaixo), de Phil Schappert.
Trouxe 3 gavetas entomológicas,da coleção do Museu de Zoologia,com espécies distintas do gênero Danaus,explicando a diferenciação das espécies,o dimorfismo sexual pelas manchas da suas asas e o uso dos pincéis,pelos machos,para espalhar o feromônio sexual para atrair e estimular o acasalamento com as fêmeas.
Em suma,nos brindou neste brilhante debate,com elementos da taxonomia,da anatomia,da fisiologia e do comportamento das Borboletas Monarca.
Pedimos para que nos relatasse sobre sua recente viagem ao Peru,em novembro último,para coleta e identificação de espécies para o museu.Seu relato manifestou grande deslumbramento e contentamento pelos profícuos resultados obtidos,na Amazônia peruana. Retornaem breve para a conclusão de suas pesquisas.
Foi instado a falar,também,sobre o monitoramento de lepidópteros,no entorno das pistas do rodoanel da capital paulista,que realiza atualmente com seus alunos orientados,explanando-nos sua metodologia e resultados até agora auferidos.
Por fim,comentou sobre o estágio em que se encontra o seu “Guia de Identificação de Licenídeos da Mata Atlântica”(com aproximadamente 400 espécies),a ser editado em breve. Além disso,informou que identificou algumas espécies para o livro “Borboletas da Cidade de São Paulo”,do Gustavo de Mattos Acaccio(também com aproximadamente 400 espécies),a ser lançado em 2011.  

Sejam bem-vindos tais livros,como o recém-laado “BORBOLETAS”,de Evoneo Berti Filho e João Angelo Cerignoni,em edição da FEALQ 2010. Necessitamos, urgentemente, enriquecer a nossa literatura científica lepidopterológica.
Ficou a sugestão,ao término do evento,de convidar a Profª. Dra. Miriam David Marques,especialista em Cronobiologia,para em futuro próximo,comentar o mesmo filme,enfocando as gerações das Borboletas Monarca sob a ótica de seu relógio interno. Enfatizando,assim,o estudo da Cronobiologia* nesta incrível jornada.


Nos comentários e debates que se seguiram à apresentação do filmeA Incrível Jornada das Borboletas Monarca”,o Prof. Dr. Marcelo Duarte da Silva discorreu sobre os últimos avanços nos estudos sobre a migração das Monarcas,publicados pelos pesquisadores,nas renomadas revistas científicas Science e Nature. Apresentou os trabalhos de geolocalização espacial desenvolvidos com as borboletas no campo e em laboratório. Falou como elas utilizam os ventos direcionais para chegarem ao destino escolhido e transporem obstáculos naturais, como a região dos Grandes Lagos,na divisa Canadá/Estados Unidos. Mostrou como fazem o georreferenciamento de vôo ,através de suas antenas e da proteína fotorreceptora cerebral,na detecção do campo magnético terrestre, demonstrando sua precisão no senso direcional. Ponderou sobre o gradiente térmico necessário para iniciar o vôo e o dispêndio energético ocasionado pelo esforço físico da jornada,bem como a condicionante dos recursos nutricionais para a consecução da longa viagem. Mesmo porque,o desenho aerodinâmico das Monarcas é péssimo para longos vôos. Explanou sobre os grandes serviços ambientais prestados pelos lepidópteros no planeta,como a polinização e,também,a sua utilização como alimento pelos eventuais predadores,durante o seu efêmero ciclo de vida.

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